A segunda missão conjunta Exomars tinha partida prevista para este ano, mas os responsáveis concluíram que precisam de mais tempo para "aprontar todos os componentes para a aventura de Marte", segundo um comunicado conjunto da Agência Espacial Europeia e da empresa estatal Roscosmos.
"O agravamento geral da situação epidemiológica em países europeus" é outra razão apontada para o adiamento da missão, cujo trabalho fica "comprometido" por causa das restrições impostas para conter o contágio do novo coronavírus.
"Tomámos a decisão difícil mas ponderada de adiar o lançamento para 2022. Justifica-se primeiro pela necessidade de reforçar a robustez de todos os sistemas da Exomars e pelas circunstâncias de força maior (...) que impossibilitam os nossos especialistas de viajar. Confio que os passos que nós e os nossos colegas europeus estão a tomar para garantir o sucesso da missão se justificam e trarão resultados positivos", afirmou o diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin.
O objetivo da missão é descobrir se já existiu vida em Marte e compreender melhor a história da água no planeta. O veículo de exploração chama-se Rosalind Franklin, em homenagem à química britânica que estudou a estrutura do DNA.
O diretor-geral da agência espacial, Jan Wörner, afirmou que os responsáveis da missão não podem "permitir qualquer margem de erro".
Será a primeira missão com capacidade para procurar sinais de vida sob a superfície marciana, onde poderão existir provas bem preservadas.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
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