Portugal regista este domingo 1.316 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que sábado, e 30.623 infetados, mais 152. O número de casos recuperados subiu de 7.705 para 17.549 .
O aumento substancial do número de recuperados era esperado e tinha sido anunciado no sábado pela ministra da Saúde. Este valor corresponde "a utentes que já estavam recuperados segundo o critério clínico, que tinham pelo menos um resultado negativo em termos laboratoriais e que não são nenhuns dos que já constavam do boletim, porque os trabalhos de verificação e de cruzamento de dados foram feitos pelos serviços partilhados do Ministério da Saúde e com o acompanhamento das autoridades de saúde”, disse Marta Temido
Segundo a ministra, a aplicação de acompanhamento clínico de doentes de covid-19 pode, desde meados de abril, servir para registo pelos médicos de casos de doentes recuperados, num campo de informação criado para esse efeito.
Assim, o relatório de situação diário que apenas incluía, até à data, as notificações de casos recuperados reportados pelos hospitais e pelas autoridades de saúde, muda a partir de hoje, quando se passaram a ter em conta os doentes dados como recuperados pelos seus médicos assistentes através da aplicação Trace Covid-19.
Ainda sobre o boletim deste domingo
Em comparação com os dados de sábado, em que se registavam 1.302 mortos, hoje verificou-se um aumento de óbitos de 1%.
Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (30.623), os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que há mais 152 casos do que n0 sábado (30.471), representando uma subida de 0,5%.
A região Norte é a que regista o maior número de mortos (738), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (316), do Centro (231), do Algarve (15), dos Açores (15) e do Alentejo, que regista um óbito, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de sábado, mantendo-se a Região Autónoma da Madeira sem registo de óbitos.
Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, 673 vítimas mortais são mulheres e 643 são homens.
Das mortes registadas, 893 tinham mais de 80 anos, 253 tinham entre os 70 e os 79 anos, 115 tinham entre os 60 e 69 anos, 39 entre 50 e 59, 15 entre os 40 e os 49, e um dos doentes tinha entre 20 e 29 anos.
A caracterização clínica dos casos confirmados indica que 536 doentes estão internados em hospitais, menos 14 do que no sábado (-2,5%), e 78 estão em Unidades de Cuidados Intensivos, menos dois (-2,5%).
A recuperar em casa estão 11.222 pessoas.
Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (2.177), seguido por Vila Nova de Gaia (1.552), Porto (1.347), Matosinhos (1.269), Braga (1.209) e Gondomar (1.077).
Desde o dia 01 de janeiro, registaram-se 309.966 casos suspeitos, dos quais 2.115 aguardam resultado dos testes.
Há 277.228 casos em que o resultado dos testes foi negativo, refere a DGS, adiantando que o número de doentes recuperados subiu para 17.549 (mais 9.844 / +128%).
A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 16.678, seguida pela região de Lisboa e Vale do Tejo, com 9.423, da região Centro, com 3.683, do Algarve (361) e do Alentejo (253).
Os Açores registam 135 casos de covid-19 e a Madeira contabiliza 90 casos confirmados, de acordo com o boletim hoje divulgado.
A DGS regista também 26.328 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Do total de infetados, 17.760 são mulheres e 12.863 são homens.
A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (5.161), seguida da faixa dos 50 aos 59 anos (5.123) e das pessoas com mais de 80 anos (4.420).
Há ainda 4.545 doentes com idades entre 30 e 39 anos, 3.907 entre os 20 e os 29 anos, 3.397 entre os 60 e 69 anos e 2.498 com idades entre 70 e 79 anos.
A DGS regista igualmente 579 casos de crianças até aos nove anos e 993 jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.
De acordo com a DGS, 40% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 29% febre, 21% dores musculares, 19% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 12% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 91% dos casos confirmados.
Risco de Transmissibiliddade na última semana foi de 1,01
“A média do RT para os dias 17 a 21 de maio está estimada em 1,01. Essa média variou entre 0,97, na região norte, e 1,02, na região centro e de Lisboa e Vale do Tejo”, anunciou Marta Temido na habitual conferência de imprensa onde é feito o ponto da situação da evolução da covid-19 em Portugal.
Segundo a ministra, o RT, que indica o número médio de pessoas que são infetadas a partir de um caso infetado por coronavírus, tem variado entre 0,81 e 2,33.
Testes sem aval do Infarmed para comercialização cumprem critérios de testagem do INSA
O Observador noticiou hoje que 48 mil 'kits' de testes para a covid-19 fabricados em Portugal foram distribuídos sem o parecer obrigatório do Infarmed, o regulador do medicamento e dispositivos médicos.
Segundo o jornal digital, o Infarmed proibiu a distribuição dos testes na sexta-feira, quatro dias depois de ter recebido o relatório de segurança necessário para a disponibilização no mercado de qualquer dispositivo médico, mas numa altura em que os quase 50 mil testes já tinham sido distribuídos e utilizados para testes em lares e creches.
Na conferência de imprensa diária com a Direção-Geral da Saúde para um ponto de situação da evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que os testes cumprem os critérios de testagem do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
“Instituímos um sistema de avaliação desses artigos, que envolve um conjunto de entidades e que funciona. Isso, independentemente de alguns desses artigos já terem sido utilizados, sem ser comercialmente, mas na produção de determinados resultados, de determinados testes que, no caso dos testes analíticos, cumprem a metodologia aprovada pelo INSA. Portanto, eu penso que devemos distinguir critérios de realização de testagem daquilo que são critérios de introdução no mercado, e é natural que as entidades competentes façam a avaliação de uns e de outros”, disse.
A ministra defendeu ainda que os problemas encontrados no processo de certificação devem dar “tranquilidade” aos portugueses de que a avaliação que tem de ser feita o está a ser, sendo “apenas sinal de que estas entidades estão a funcionar e a fazer o seu papel”.
Ver futebol em cafés? "É evidente que isso não vai poder acontecer da forma como estávamos habituados”
“Por ocasião de competições desportivas, haver concentrações em determinados espaços, é evidente que isso não vai poder acontecer da forma como estávamos habituados”, frisou Marta Temido, na conferência de imprensa diária de avaliação da pandemia de covid-19.
As 10 últimas jornadas da edição 2019/20 da I Liga portuguesa de futebol vão decorrer à porta fechada, entre 03 de junho e 26 de julho, depois de a competição ter sido suspensa em 12 de março.
“Nós cá estaremos para dar as explicações que entendam necessárias e a Direção-Geral da Saúde [DGS] para produzir os normativos adequados para que todos se sintam enquadrados”, referiu a ministra, recusando, no entanto, criar uma “sociedade excessivamente normatizada, em que não é possível prever tudo e os riscos de falhas também acontecem”.
Nesse sentido, Marta Temido apontou à responsabilidade individual para minimizar os riscos de contágio.
“Há um momento em que cada um tem de ser responsável pelos seus comportamentos individuais e pelo ambiente de eventual risco em que se coloca”, rematou a ministra da Saúde, reconhecendo que “o comportamento individual tem sido o melhor garante dos resultados alcançados”.
Questionada sobre a possibilidade de reabertura de ginásios, Marta Temido e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmaram que está a ser feito o trabalho técnico, sem que haja uma decisão sobre a retoma do funcionamento destes espaços.
Novo coronavírus SARS-CoV-2
A Covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.
A maioria das pessoas infetadas apresenta sintomas de infeção respiratória aguda ligeiros a moderados, sendo eles febre (com temperaturas superiores a 37,5ºC), tosse e dificuldade respiratória (falta de ar).
Em casos mais graves pode causar pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte. Contudo, a maioria dos casos recupera sem sequelas. A doença pode durar até cinco semanas.
Considera-se atualmente uma pessoa curada quando apresentar dois testes diagnósticos consecutivos negativos. Os testes são realizados com intervalos de 2 a 4 dias, até haver resultados negativos. A duração depende de cada doente, do seu sistema imunitário e de haver ou não doenças crónicas associadas, que alteram o nível de risco.
A covid-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus, ou superfícies e objetos contaminados.
Quando tossimos ou espirramos libertamos gotículas pelo nariz ou boca que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo. Estas gotículas podem depositar-se nos objetos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada. Por sua vez, outras pessoas podem infetar-se ao tocar nestes objetos ou superfícies e depois tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos.
Estima-se que o período de incubação da doença (tempo decorrido desde a exposição ao vírus até ao aparecimento de sintomas) seja entre 2 e 14 dias. A transmissão por pessoas assintomáticas (sem sintomas) ainda está a ser investigada.
Vários laboratórios no mundo procuram atualmente uma vacina ou tratamento para a covid-19, sendo que atualmente o tratamento para a infeção é dirigido aos sinais e sintomas que os doentes apresentam.
Onde posso consultar informação oficial?
A DGS criou para o efeito vários sites onde concentra toda a informação atualizada e onde pode acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo. Pode ainda consultar as medidas de segurança recomendadas e esclarecer dúvidas sobre a doença.
https://covid19.min-saude.pt
https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal
https://www.dgs.pt/em-destaque.aspx
Quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas em Portugal - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-Geral da Saúde.
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