“Segundo os dados mais recentes, que têm por base o registo dos Estados-membros nos contactos feitos com os seus cidadãos, estamos a falar de um número agregado de 80 mil pessoas”, declarou o porta-voz da Comissão Europeia para assuntos externos e política de segurança, Peter Stano.
Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, o responsável notou que também existem “muitos cidadãos dentro da UE que querem voltar ao seu país”.
Nos casos referentes ao estrangeiro, estão em causa países como Japão, Estados Unidos, Sri Lanka e Maldivas, nos quais estão cidadãos europeus que, por viagens canceladas ou suspensas devido ao surto de Covid-19, estão retidos e à espera de serem repatriados.
Peter Stano vincou que “o contacto, a chamada telefónica” deve ser, em primeira instância, direcionada aos consulados-gerais nestes países fora da UE.
“Sempre e quando é necessário, nós tentamos coordenar, mas de facto a responsabilidade cabe aos Estados-membros no que toca a questões como alugar aviões”, explicou, admitindo que Bruxelas possa financiar algumas operações.
À Comissão cabe, então, “apoiar os Estados-membros e coordenar a situação”, apontou Peter Stano, lembrando que isso já motivou suporte a ações de repatriamento de cidadãos retidos em Marrocos, num total de 619 pessoas repatriadas esta semana ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
“Uma grande parte da cooperação do nosso lado é com as autoridades locais porque devido a medidas como encerramento de aeroportos, suspensão de voos e restrições às viagens, as pessoas podem ficar retidas”, adiantou Peter Stano.
Por seu lado, o porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer, sublinhou na ocasião que este apoio de Bruxelas ao repatriamento “depende também da capacidade de encontrar voos para trazer estas pessoas de volta para a Europa”.
“Isto nem sempre é conseguido porque os outros países [no estrangeiro] também estão a cancelar voos de e para a Europa e de e para as outras partes do mundo”, observou o responsável, considerando que, “do ponto de vista logístico, este é um enorme desafio”.
“Temos vindo a cofinanciar voos organizados pelos Estados-membros para fazer repatriamentos e vamos continuar a fazê-lo até aos limites da nossa capacidade orçamental”, assegurou Eric Mamer.
O responsável apelou ainda a solidariedade entre os Estados-membros, que devem “ajudar-se uns aos outros” em ações que realizem, trazendo cidadãos de outros países europeus.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 194 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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