“Este não o momento para pânico, é o momento para estarmos preparados, totalmente preparados”, disse António Guterres, citado pela agência espanhola Efe.

O secretário-geral da ONU falava aos jornalistas após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter elevado o risco de expansão global do novo coronavírus de “alto” para “muito alto”, no mesmo dia em que foi confirmado, na Nigéria, o primeiro caso de contágio na África Subsaariana.

Guterres realçou que a comunidade internacional deve “fazer tudo o que seja possível” para conter a epidemia do Covid-19, sem “estigmas e respeitando os direitos humanos”.

A OMS aumentou hoje para “muito elevado” o nível de ameaça do novo coronavírus, que já infetou cerca de 79.000 pessoas na China e mais de 5.000 no resto do mundo.

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que os epidemiologistas da OMS acompanharam em permanência os desenvolvimentos da infeção por SARS-CoV-2, doença denominada Covid-19, e foi decidido aumentar a avaliação do risco de propagação e do risco de impacto para o nível mais alto.

Tedros Adhanom Ghebreyesus avançou ainda que mais de 20 vacinas estão a ser desenvolvidas em todo o mundo e que vários produtos terapêuticos estão a ser testados, sendo os primeiros resultados esperados em "algumas semanas".

Se a China era até há recentemente o único foco mundial do coronavírus, o risco multiplicou-se com o surgimento de novos casos em países como a Coreia do Sul, o Irão e a Itália.

Segundo a OMS, cerca de 50 países estão agora afetados.

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos da China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, devido à infeção pelo Covid-19.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infeção, 16 dos quais ainda estavam em estudo na quinta-feira.

Os restantes 36 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.

Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se “moderado a elevado”.