Pedro Siza Vieira falava à imprensa após uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e o comissário europeu do Mercado Interno e líder do grupo de trabalho da União Europeia (UE) para as vacinas, Thierry Breton, na qual abordaram a produção de vacinas contra a covid-19.
Questionado sobre o papel de Portugal no desenvolvimento de vacinas, o ministro afirmou que foi identificado "um grupo de onze empresas que vai participar num evento, que decorrerá nos dias 29 e 30 deste mês, que será precisamente um exercício de interligação" entre empresas da Europa e as produtoras de vacinas que "têm necessidade de capacidade de produção", ou seja, que têm sofrido atrasos no processo de fabrico de vacinas.
Esse exercício decorre da estratégia apresentada pela Comissão Europeia que, "entre outras coisas, visa aceder às capacidades da UE e assegurar que as capacidades existentes nos vários Estados-membros correspondem às necessidades de produção", apontou.
Esperando "que algumas capacidades já existam", Siza Vieira acredita que vai ter de ser feito "algum investimento daqui para a frente".
O governante referiu-se à fábrica que está a ser construída no norte de Portugal, aludindo à empresa em construção em Paredes de Coura, "que visa apenas produzir vacinas para doenças virais" e que espera que possa "participar nesse esforço".
Ao mesmo tempo, no âmbito da presidência do Conselho da UE, que Portugal assume até junho, o ministro assegurou estar a trabalhar com a Comissão "em termos de mapeamento de capacidades" e no apoio aos "esforços da 'task force'" europeia para as vacinas, falando com os 27 e "certificando-se que este processo atua rapidamente".
Outro tópico abordado na reunião foi a preparação dos Estados-membros para "começarem exercícios de vacinação em massa no próximo trimestre", disse.
Dando o exemplo de Portugal, que está prestes a iniciar um processo de vacinação em massa com professores e outros funcionários da rede escolar, Siza Vieira assumiu que esse exercício "vai testar a nossa capacidade para ter a certeza de que somos capazes de implementar isso diariamente, conforme as vacinas que entregamos".
Nesse sentido, acredita que "todos os Estados-membros devem começar a fazer esses exercícios porque, como agora vemos a habilidade de entregar vacinas rapidamente, também devemos ser capazes de ter a logística para realmente entregar as vacinas a toda a população".
Sobre as limitações na entrega de vacinas, o ministro destacou a capacidade de produção e a entrega da produção pelos fornecedores como "os maiores entraves".
No entanto, o responsável considera que agora há "mais visibilidade de como será esse abastecimento no próximo trimestre, graças ao esforço da 'task force' [da UE] e ao mapeamento da capacidade produtiva".
O ministro foi ainda questionado sobre a possibilidade da quebra de patentes das vacinas, mas sublinhou que o problema na vacinação da UE é "logístico" e "não um problema de patentes".
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