“A vacinação, curiosamente, que é aquilo que está a cargos dos enfermeiros, que é uma competência dos enfermeiros, é o que está a correr melhor”, disse Ana Rita Cavaco, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente do CDS-PP, na sede da Ordem, em Lisboa.
A bastonária realçou que “Portugal, até agora, com as doses que tem” está entre os “países que mais vacinou”.
Ana Rita Cavaco rejeitou que a canalização de enfermeiros para a vacinação contra a covid-19 contribua para a rutura nos cuidados de saúde, justificando que “o problema é mesmo falta de espaço para internar estas pessoas e para cuidar delas, quer os covid, quer os não covid” e assinalando que o aumento do número de infeções significa um aumento dos internamentos hospitalares.
“Nós já estamos a assistir ao colapso em Penafiel, em Évora, em Santarém, na Guarda, em Coimbra… todos estes hospitais não têm, ou não tiveram, a preocupação de ter estruturas de retaguarda, ou recorrendo ao privado ou recorrendo ao setor social porque nós, como disse, não podemos só criar uma estrutura e depois não pôr lá ninguém para cuidar destes doentes”, argumentou.
“Não basta eu abrir um pavilhão, pôr lá umas camas, e esperar que as camas vigiem estas doentes sozinhas. Eu preciso de ter aqueles que 24 horas por dia estão lá, que são os enfermeiros, os assistentes operacionais, médicos, técnicos, mas sobretudo estes, enfermeiros e assistentes operacionais são os que garantem que aquelas pessoas internadas vivem, porque é disso que estamos a falar”, salientou também Ana Rita Cavaco.
Para a Ordem dos Enfermeiros, “este é o problema, é fazer a gestão da pandemia no dia a dia”, considerando que houve “tempo para pensar em todas estas estratégias”.
Assinalando que desde que a pandemia chegou a Portugal a Ordem dos Enfermeiros tem alertado “para uma série de medidas que deviam ter sido tomadas e não foram”, a líder daquela estrutura criticou que “por essa razão” o país está agora “a correr à procura de estruturas de retaguarda”.
“Todos sabíamos que íamos chegar até aqui há muitos meses, a gestão é feita ao dia, o problema está aqui”, insistiu, concordando com o recurso aos privados, uma “estratégia que já devia estar em marcha, até para a questão dos doentes não covid.
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