Em declarações à agência Lusa, o presidente da Secção Regional do Sul da OF, Luis Lourenço, explicou que estes estudantes de ciências farmacêuticas (4.º e 5.º ano) apoiarão essencialmente nas tarefas administrativas, tanto nas farmácias como nos laboratórios.

“As farmácias comunitárias foram desafiadas a contribuir mais ativamente para o esforço de testagem, no seguimento da portaria que atribui uma comparticipação aos testes usados na farmácia, e percebemos que os colegas, não só das farmácias, mas também os analistas, têm sofrido um aumento de solicitações a que não conseguem dar resposta pois o trabalho burocrático associado à testagem é muito elevado”, explicou Luis Lourenço, adiantando que esta bolsa de voluntários, criada aquando da primeira vaga da pandemia, já conta com cerca de 500 inscritos.

Do ponto de vista de recursos humanos, “a carga burocrática é tal que não conseguem dar resposta”, sublinhou Luis Lourenço, explicando: “Em colaboração com a ‘task force’ e com o envolvimento do INSA [Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge] e do Infarmed, estivemos a trabalhar no reativar desta bolsa, para dar resposta a esta necessidade de apoio do ponto de vista administrativo para a realização destes testes ao abrigo da portaria”.

A ideia é que estes voluntários “apoiem nas tarefas mais administrativas para que as farmácias possam continuar a dar resposta, tanto à testagem como às restantes atividades de dispensa de produtos de saúde e aconselhamento à população, sobretudo num contexto que é adverso às farmácias comunitárias porque estamos num período de férias”, afirmou.

“Muitas vezes temos farmacêuticos que estão a realizar testes, mas não conseguem atender o telefone, ou agendar os testes”, disse Luis Lourenço, acrescentado: “Isto pode ajudar a facilitar as marcações e também é uma oportunidade para os estudantes de ciências farmacêuticas terem um primeiro contacto com a realidade profissional”.

Para reforçar o controlo da pandemia, os testes rápidos de antigénio passaram a ser comparticipados no passado dia 01 de julho.

Segundo a portaria, que vigora até ao dia 31 de julho, mas poderá ser prorrogada, estes testes rápidos têm se ser realizados por profissionais em farmácias de oficina e laboratórios de patologia clínica ou análises clínicas devidamente autorizados.

A comparticipação é limitada a quatro testes por mês e por utente e o preço da realização destes testes não pode exceder os 10 euros.

Questionado sobre o valor dos testes, que não é o mesmo em todas as farmácias, Luis Lourenço explicou que a adesão a esta portaria é uma opção das farmácias.

“Esta nova opção dá às farmácias, se assim entenderem, a possibilidade de realizarem estes testes ao abrigo da portaria e não cobrarem aos utentes, pois a comparticipação é de 100%”, afirmou.

O responsável explicou ainda que há vários sistemas de apoio à comparticipação dos testes, como os acordos com algumas autarquias, e há igualmente testes que não são comparticipados.

“Há farmácias que estão em concelhos onde há um acordo com as câmaras municipais e os utentes não pagam, como Lisboa. (…) Mas, em rigor, há várias possibilidades de fazer testes nas farmácias comunitárias”, disse o responsável, aconselhando as pessoas a solicitarem informação sobre qual o regime usado em cada farmácia, sempre que pedem a marcação do teste.