No final da reunião com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, a líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, alertou para a falta de recursos humanos especialistas no SNS, considerando "evidente que o SNS tem que sair reforçado desta crise sanitária" e prometendo que o partido se vai bater por um reforço no setor já no orçamento suplementar, discutido no parlamento a 19 de junho.

"No orçamento suplementar que vamos debater este tema para nós é incontornável, até porque não nos podemos esquecer que o estado social tem que intervir onde é efetivamente necessário. (...) Bem sabemos que o Estado não pode dar resposta a tudo mas nesta crise sanitária é fundamental que o Estado dê resposta sobretudo àqueles setores que são fundamentais, como o SNS", frisou a dirigente.

Inês Sousa Real alegou que questões relacionadas com o combate à pobreza "são estruturais" e têm que ser enquadradas no programa de retoma e recuperação da economia no país, esperando que o fundo de recuperação europeu anunciado pela Comissão Europeia ajude o país a nível do défice mas também "naquilo que tem que ser uma alteração estrutural dos investimentos do Estado".

Para o PAN, a fase do desconfinamento tem que ser feita "numa lógica não apenas do comportamento das pessoas mas também da monotorização efetiva", com "prevenção mais do que reação".

"Estamos neste momento, ao contrário daquilo que aconteceu no estado de emergência a agir reativamente e não preventivamente para acautelar que de facto há uma monotorização e que pequenos surtos não se transformam depois num grande surto", alertou.

A líder parlamentar alertou ainda para uma questão do partido que ficou sem resposta, relativa aos critérios de interpretação dos testes serológicos que estão a ser feitos no país, alegando que estes "não estão a acompanhar aquilo que são as normas internacionais o que poderia de alguma forma influenciar a leitura de um resultado que poderia não ser tao otimista".

Portugal contabiliza 1.369 mortos associados à covid-19 em 31.596 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.