Este espaço municipal é dos mais procurados do Nordeste Transmontano por campistas de “uma dúzia” de nacionalidades e foi o risco da concentração de pessoas que levou a câmara a decidir não abrir o parque, como disse à Lusa o presidente, Fernando Barros.
“O parque tem muito risco porque vem muita gente de fora, há uma grande concentração, é 24 horas que se vive dentro do parque, partilham-se muitos serviços, locais, desde o bar, o restaurante, o mercado, instalações sanitárias”, sustentou.
O equipamento está inserido no Complexo Turístico do Peneireiro que desde há 30 anos tem fidelizado gerações de campistas a um espaço com 60 hectares, dotado de parque de merendas, parque infantil, piscina com restaurante, animais, espaços desportivos, loja de artesanato e produtos regionais e o "lago" da barragem.
O parque fechou durante o Estado de Emergência e o município decidiu não reabri-lo depois de auscultar várias entidades e atividades locais.
“Todas me manifestaram que o parque não deveria abrir por uma razão muito simples: vem muita gente de fora, há uma concentração grande”, afirmou o autarca.
O espaço tem 520 lugares e cumprindo as regras sanitárias dava quase 350 lugares, sendo que cada lugar pode três a cinco pessoas, segundo o presidente que entende que seria “muita gente, uma concentração enorme de pessoas”.
“Eu sempre tive receio da pandemia, da primeira vaga, sempre tive receio de uma segunda vaga que espero que não aconteça, mas para que não aconteça é preciso prevenirmos e para prevenirmos é preciso tomar atitudes destas”, defendeu.
Fernando Barros sublinhou ainda que os campistas “não ficam só no parque, circulam por todo o lado e têm proveniência de mais de uma dúzia de países”.
O município vai permitir que todos os campistas possam recolher haveres e, enquanto o parque estiver fechado, não vai cobrar as taxas a quem tem os espaços reservados.
Com o encerramento do parque de campismo, “a Câmara de Vila Flor vai perder cerca de 250 mil euros” só no preço que pagam os “cerca de 10 mil campistas, com 40 mil dormidas” que anualmente por ali passam e esgotam a lotação.
A Câmara de Vila Flor tinha contrato 38 pessoas para trabalharem ali durante os quatro de meses de maior procura e decidiu manter os postos de trabalho, com a atribuição de outras ocupações.
“Foram admitidos, já estão trabalhar e estão fazer outros serviços, alguns dentro do parque, outros fora, noutras instalações da câmara, para não prejudicar as pessoas”, disse o autarca.
O município está ainda a analisar se vai realizar o “Criar Laços”, um programa que envolve várias entidades para as férias de cerca de 200 crianças e jovens do concelho.
A certeza que o presidente já tem é que não decorrerá como nos anos anteriores, mas adaptado às medidas sanitárias exigidas pela pandemia covid-19.
“Há um problema que é a ocupação dos miúdos para libertar os pais e isso é que nós temos de tentar ver como é que é possível tentarmos atenuar”, realçou.
De acordo com os dados oficiais, o concelho de Vila Flor, no distrito de Bragança, registou cinco casos de infeção pelo novo coronavírus já recuperados e há várias semanas que não surgem novos casos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 472 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.540 pessoas das 39.737 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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