Em comunicado, a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) refere que este apelo surge na sequência do alerta realizado pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF) que operam nas ilhas gregas.

Os MSF apelam à evacuação imediata dos campos de refugiados das ilhas de Lesbos, Kios, Samos, Leros e Kos, antes que o Covid-19 cause uma quase certa tragédia humanitária, depois de ter sido confirmado o primeiro infetado na ilha grega de Lesbos.

A Plataforma de Apoio aos Refugiados reitera o pedido ao Governo para que, uma vez mais, aplique o Acordo Bilateral Portugal- Grécia e crie as condições necessárias para que Portugal possa acolher estas pessoas.

Após a abertura das fronteiras turcas a 28 de fevereiro, a PAR solicitou a aplicação efetiva do Acordo Bilateral Portugal- Grécia.

Agora, no seguimento do registo de Covid–19 na ilha de Lesbos, solicita ao Governo português que colabore, com urgência e coordenando com as instituições europeias, na criação de um plano de contingência médica para a evacuação dos campos nas ilhas.

“Alertamos para o facto de as condições de vida nestes campos serem deploráveis”, refere a plataforma, adiantando que vivem cerca de 42.000 requerentes de asilo nos cinco pontos de maior concentração nas ilhas gregas.

Estes refugiados, acrescenta a PAR estão impedidos de sair, forçados a contacto físico próximo, com casas de banho partilhadas por milhares de pessoas, tendas sobrelotadas, sem as mínimas condições de higiene e sem o acesso devido a cuidados de saúde.

Por outro lado, adianta, depois do decreto do Governo grego que impede que os requerentes de asilo tenham acesso ao sistema de saúde público esta situação ganha contornos ainda mais preocupantes.

Desde dezembro do ano passado, o novo coronavírus infetou mais de 131 mil pessoas, das quais mais de metade já recuperou da doença. A covid-19 provocou quase cinco mil mortos em todo mundo.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde comunicou hoje que o número de pessoas infetadas subiu para 112.