“Em termos relativos, Aruba, Bahamas, Barbados, Cabo Verde e as ilhas Fiji teriam provavelmente as maiores descidas nas métricas de análise de crédito”, disse o analista Samuel Tilleray numa nota sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nos países onde o setor do Turismo é importante.
“Os destinos de ‘sol, mar e praia’, como as ilhas turísticas nas Caraíbas e noutros locais serão os mais fortemente expostos a um abrandamento no turismo mundial este ano”, lê-se na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.
“A segunda região mais afetada globalmente serão os Balcãs, onde mesmo sob o cenário mais benigno, a queda nas chegadas de turistas podem ter um impacto no crescimento de entre 1,9 a 2,2 pontos percentuais”, acrescenta-se na nota, que diz que também Portugal será afetado.
“Mesmo as economias maiores e mais diversificadas, como Portugal, Turquia, Espanha e Austrália podem ver contribuições negativas para o PIB do turismo de entre 0,9 a 2,5 pontos percentuais face ao cenário de crescimento do PIB ao abrigo de um cenário extremo de choque, que parece agora menos irrealista do que há umas semanas, face às quarentenas nacionais e às proibições de viagens”, disse o analista Samuel Tilleray.
As conclusões resultam de uma análise aos 122 países cuja qualidade do crédito soberano é analisado pela S&P, que estudou os impactos em três cenários (limitado, extenso e extremo), com quebras nas receitas de turismo de 11%, 19% e 27%, respetivamente.
“Apesar da incerteza, a nossa expectativa aponta para um cenário base com um ano de choque, em que a maioria dos ‘ratings’ dos países serão resilientes a uma quebra temporária no fluxo de turismo”, conclui a S&P.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.
A Itália com 2.158 mortos registados até segunda-feira (em 27.980 casos), a Espanha com 491 mortos (11.191 casos) e a França com 148 mortos (6.663 casos) são os países mais afetados na Europa.
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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