“O mês de janeiro foi o mês em que mais testámos, mais de 1,6 milhões”, afirmou Fernando Almeida na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, onde foi hoje ouvido a pedido do PSD.
O coordenador da ‘task force’ para a promoção do "Plano de Operacionalização da Estratégia de Testagem em Portugal" precisou que 22 de janeiro foi o dia em que foram realizados mais testes (77 mil), adiantando que nessa altura a taxa de positividade atingiu os 20,2%.
Realçou o “grande esforço” que a ‘task force’ tem feito para manter os níveis de testagem: “Em abril chegámos a fazer quase 99 mil testes, mas aqui com uma diferença significativa em que a positividade era apenas de 0,8%”.
Em média, foram feitos 40 a 50 mil testes por dia, uma média que tem sido mantida semanalmente, adiantou Fernando Almeida.
Entre 16 de março e 04 de junho, foram realizados 541.335 testes em estabelecimentos de educação e ensino, dos quais 728 tiveram resultado positivo, o que resulta numa taxa de positividade de cerca de 0,13%.
No Ensino Superior, foram realizados 160.393 testes, dos quais 88 foram positivos, o que significa uma taxa de positividade de 0,05%.
Questionado pelo deputado do Bloco de Esquerda sobre o porquê da “queda significativa” na realização do número de testes entre 20 de abril e 20 de maio, Fernando Almeida remeteu para o momento atual: “Está a testar-se muito, para cima daquilo que é o necessário”.
Acrescentou que na última semana foram realizados 317.545 testes, com uma taxa de positividade de 1,3%”, muito abaixo dos 4% que é a “linha vermelha” preconizada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.
“Enquanto nós estivermos bem abaixo dos 4% é sinal de que estamos a fazer uma testagem que nos garante alguma tranquilidade”, notou, recordando que em abril foi realizada uma média de 49.490 testes por dia, em maio, 39.795, e em junho 44.794.
Questionado pela deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa sobre o facto de não haver uma estratégia de testagem que acompanhe no terreno as consequências de ajuntamentos em eventos de massa, nomeadamente desportivos, respondeu: “Nós em relação aos eventos estamos articulados com a Direção-Geral da Saúde, mas caberá à Direção-Geral da Saúde a imposição de algumas regras que também, coincidentemente ou não, ficam ao vosso critério”.
“Nós hoje (…) nos poucos espaços que tivemos de reuniões, estivemos exatamente a tratar de uma revisão de toda esta matéria no que diz respeito a eventos de massa”, avançou.
Em resposta a questões levantadas pela deputada Cláudia Bento do PSD sobre o plano de comunicação com a população previsto na estratégia de testagem, disse que têm estado a trabalhar nele esta semana.
“Ainda ontem [segunda-feira] fornecemos alguns indicadores para o plano de comunicação, em articulação com outra ‘task force’ das ciências comportamentais, e com a colaboração do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde, para criar mecanismos de motivação para promover uma maior adesão das camadas dos grupos etários entre os 18, 19, 20 anos e os 40 anos que é aqui o foco da nossa maior preocupação”, afirmou.
Na sua intervenção inicial, Fernando Almeida destacou a capacidade de testagem em Portugal, afirmando que está à frente de países como Itália, Espanha, Suécia, Irlanda, Suíça, Países Baixos ou a Alemanha.
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