“Mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos por cem mil habitantes será de 31 a 60 dias para o nível nacional”, refere a análise de risco da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O relatório avança ainda que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,07), assim como no Centro (1,05), em Lisboa e Vale do Tejo (1,14) e no Alentejo (1,16), o que indicia uma “tendência crescente, mais acentuada nesta última região”.
Perante estes valores do Rt - que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada -, a DGS e o INSA calculam que Lisboa e Vale do Tejo e o Alentejo atinja os 120 casos de covid-19 por cem mil habitantes entre 15 a 30 dias.
Este prazo de duas semanas a um mês é mais reduzido do que o previsto no relatório divulgado a semana passada, que estimava que Lisboa e Vale do Tejo chegaria aos 120 casos entre 31 e 60 dias.
Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que do processo de desconfinamento que se iniciou a 15 de março e que está na quarta fase de alívio das restrições.
No que se refere ao impacto na pandemia nos serviços de saúde, as duas entidades indicam que o número diário de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma “tendência ligeiramente decrescente”, correspondendo a 22% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
Na quarta-feira, estavam internados em UCI um total de 53 doentes com covid-19, refere o relatório, que considera que em Portugal “observa-se transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde”.
“O aumento dos valores do Rt e o aumento da frequência de novas variantes de preocupação devem ser acompanhados com atenção durante as próximas semanas, em especial nas regiões com maior transmissão”, alerta ainda o nono relatório de “monitorização das linhas vermelhas para a covid-19”.
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