Portugal soma hoje 1.691 óbitos e 48.771 casos confirmados de covid-19. São mais duas mortes e 135 casos do que neste domingo. É comum, às segundas-feiras, os números de novos casos confirmados da doença serem mais baixos.

Nos hospitais, há ainda 454 pessoas internadas, das quais 61 em unidades de cuidados intensivos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou na tarde desta segunda-feira os números da covid-19 em Portugal. A doença, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, foi detetada em Portugal em março, depois de surgir inicialmente na China, no final do ano passado.

Índice de transmissão nos 0,97 entre os dias 12 e 16 julho

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse hoje que o índice de transmissão (RT) da covid-19 situou-se em 0,97 entre os dias 12 e 16 julho, considerando que o risco está “numa trajetória de decréscimo”.

Na conferência de imprensa sobre a atualização de informação referente à pandemia de covid-19, que se realiza no Ministério da Saúde, em Lisboa, Marta Temido avançou que os últimos números calculados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sobre o risco de transmissão da doença mostram que o RT se situava em 0,97 nos dias 12 a 16 de julho.

A ministra precisou que “o verdadeiro valor” pode variar entre 0,96 e 0,99 e com uma margem de confiança de 95%.

“Os resultados indicam que o risco de transmissão ao longo do tempo está numa trajetória de decréscimo a nível nacional”, frisou.

Lisboa e Vale do Tejo, onde se têm registado vários surtos, regista hoje 24.369 casos, 108 mais do que no domingo.

A ministra da Saúde afirmou que estes números “são de alguma forma representativos” do que costumam ser o efeito do reporte às segunda-feira, que é mais baixo do que em outros dias da semana.

No entanto, afirmou que “são números bastantes encorajadores relativamente ao trabalho” que se está a desenvolver nas 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa.

Segundo Marta Temido, a taxa de letalidade global em Portugal é de 3,5% e acima dos 70 anos sobe para 16%.

Dados da taxa de incidência são "sinal encorajador"

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse hoje que os últimos dados sobre a taxa de incidência da covid-19 em Portugal são “um sinal encorajador”, tendo em conta que atualmente está situada em 19 por 100.000 habitantes.

“Um dos indicadores mais comuns que tem sido utilizado na comparação entre os países que é a taxa de incidência nos últimos sete dias, apresenta-se agora, relativamente a Portugal, em 19 por 100.000 habitantes. É um sinal encorajador porque mostra que Portugal está já abaixo de uma taxa de incidência de 20 por 100.000 habitantes”, disse a ministra.

Marta Temido sublinhou que a taxa de incidência dos últimos 14 dias é “ainda de 43,2 por 100.000 habitantes”, o que mostra que é preciso “continuar a prosseguir os esforços”.

A governante disse também que 56% dos 13.533 casos ativos de covid-19 em Portugal estão na Área Metropolitana de Lisboa, além de ter dado conta que o número de surtos se mantém idêntico ao de sexta-feira.

Segundo Marta Temido, existem 206 surtos ativos, 131 dos quais na Área Metropolitana de Lisboa, 41 na região Norte, 13 no Algarve, 11 no Centro e 10 no Alentejo.

Governo quer adquirir doses de vacina quando solução estiver disponível

O Governo português já manifestou interesse em adquirir doses de uma eventual vacina contra o novo coronavírus, mas apenas quando estiver disponível, informou hoje a ministra da Saúde, alertando que é prematuro ter mais do que expectativas.

“Já sinalizámos o nosso interesse em adquirir para o nosso país quantidades adequadas a uma eventual vacinação nos critérios que venham a ser definidos quando uma nova vacina vier a aparecer”, afirmou Marta Temido, durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19 em Portugal.

Questionada sobre a decisão do Governo britânico que anunciou hoje a compra de 90 milhões de doses de vacinas em desenvolvimento na Alemanha e França contra a covid-19, a ministra considerou que ainda é cedo para avaliar o sucesso dos projetos em curso.

“O Governo português tem procurado estar presente em todos os processos, acompanhar todas estas possibilidade, mas é ainda prematuro ter mais do que expectativas relativamente ao seu sucesso”, sublinhou.

Marta Temido referiu ainda que, no contexto de uma reunião com os seus homólogos da União Europeia, na quinta-feira, foi possível acompanhar os desenvolvimentos de várias propostas.

O Governo britânico assinou um “acordo vinculativo” com o consórcio da alemã BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer e um acordo de princípio para 60 milhões de doses com a francesa Valneva, depois de já ter anunciado antes a compra de 100 milhões de doses de uma vacina em desenvolvimento pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

Entretanto, a Rússia anunciou hoje ter concluído com "êxito" a fase de provas clínicas de uma vacina contra o covid-19 que foram realizadas em conjunto com o Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.

Linha de aconselhamento psicológico já atendeu mais de 23 mil chamadas

“A linha de aconselhamento psicológico recebeu desde o dia 1 de abril 23.590 chamadas, entre chamadas de profissionais de saúde e de utentes”, afirmou Marta Temido.

Desde o dia 1 de abril que o SNS 24 disponibiliza uma linha de aconselhamento psicológico destinada a profissionais de saúde, proteção civil, forças de segurança e população em geral, tendo em conta a prioridade atribuída à saúde mental neste período.

Questionada sobre a possibilidade de reforço da saúde mental, Marta Temido afirmou que essa é uma prioridade do Governo, reconhecendo que será uma das áreas em que o impacto da covid-19 poderá ser maior a longo prazo.

“É uma prioridade política daquilo que é a nossa atuação e que continuaremos a sublinhar com grande cuidado”, sublinhou a ministra.

O subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, que também esteve presente na conferência de imprensa, acrescentou que, além de uma prioridade política, a saúde mental é também uma prioridade das autoridades de saúde.

O boletim em detalhe

Em termos percentuais, nas últimas 24 horas, o aumento de óbitos foi de 0,1% (passou de 1.689 para 1.691) e o de casos confirmados de 0,3% (de 48.636 para 48.771).

Lisboa e Vale do Tejo é a região onde o aumento dos casos continua a ser mais significativo, contabilizando 80% dos novos casos, com 108 dos 135 contabilizados. Foi também na zona de Lisboa que ocorreram os dois casos mortais registados nas últimas 24 horas.

Em número de casos, Lisboa e Vale do Tejo lidera com 24.369, seguida pela região Norte (18.356, com 28 novos casos), a região Centro (4.361, com sete novos casos), o Algarve (790 e 10 casos novos) e o Alentejo (635, mais nove casos).

Nos Açores registou-se nas últimas 24 horas mais cinco casos de covid-19, passando agora para os 158, mantendo-se o número de óbitos (15), enquanto na Madeira houve um aumento de um caso (são agora 102) e continua sem registo de mortes.

Apesar dos aumentos diários de mortes na zona de Lisboa e Vale do Tejo, é o Norte que continua a registar o maior número de mortes (827), depois surge Lisboa e Vale do Tejo (564), o Centro (251), Alentejo (19), Algarve (15) e Açores (15).

Nas últimas 24 horas, o número de pessoas internadas subiu para 454 (mais duas do que no domingo) e nos cuidados intensivos estão agora 61 pessoas (menos quatro).

Em relação à informação sobre os casos por concelho, a DGS adianta que se refere ao total de notificações médicas no sistema SINAVE, não incluindo notificações laboratoriais. Como tal, pode não corresponder à totalidade dos casos por concelho.

A DGS informa ainda que a caracterização demográfica apenas é atualizada às segundas-feiras, pelo que os três concelhos com mais casos confirmados continuam a ser Lisboa (4.240), Sintra (3.476) e Loures (2.197).

Por faixas etárias, o maior número de óbitos concentra-se nas pessoas com mais de 80 anos (1.135), seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (326), entre 60 e 69 anos (150) e entre 50 e 59 anos (55). Há 20 mortos registados entre os 40 e 49 anos, três entre os 30 e 39 e dois entre os 20 e 29 anos de idade.

Em termos de infetados, a faixa etária entre os 30 e os 39 anos foi a que registou um maior aumento de casos em relação a domingo, com mais 69 novos casos.

Em termos globais, há mais infetados na faixa etária entre 40 e 49 anos (8.062, mais 64 casos do que no domingo) depois entre 30 e 39 anos (7.943, um aumento de 69 casos), 50 a 59 anos (7.450, mais 53), 20 e 29 anos (7.402, mais 61 casos) e mais de 80 anos (5.690, mais 23 do que no dia anterior).

As autoridades de saúde têm sob vigilância 35.073 contactos de pessoas infetadas – menos 40 do que no domingo - e 1.560 casos aguardam resultado laboratorial.

O número de doentes dados como recuperados aumentou para 33.547 (mais 178).

(Notícia atualizada às 17:34)

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