De acordo com o relatório, a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARS-CoV-2 de "elevada intensidade, com tendência estável a decrescente a nível nacional", assim como uma "tendência estável a decrescente" na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade covid-19.
A 1 de setembro de 2021, segundo reporta, "a mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 14,6 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, o que corresponde a um decréscimo relativamente à semana anterior (15,4 por milhão)". O documento refere que o "valor é inferior ao limiar de 20,0 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes", definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) e que apresenta "uma tendência estável e deverá manter o padrão de descida lenta".
O relatório indica também que os internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) também apresentam uma “tendência estável a decrescente”, registando-se menos 7% em comparação com a semana anterior. No inicio do mês registavam-se 140 doentes em UCI, correspondendo a 55% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas. A faixa etária que apresenta mais internados em UCI é dos 60 aos 79 anos.
A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,0% (na semana anterior foi de 4,4%), encontrando-se no limiar definido e verificando também uma diminuição do número de testes realizados para a deteção de SARS-CoV-2 nos últimos sete dias.
O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 acumulado nos últimos 14 dias foi de 294 casos por 100 mil habitantes, com uma "tendência estável a decrescente a nível nacional". Só no Algarve se observou uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes (635).
No grupo etário de 65 ou mais anos, o número de novos casos de infeção por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 127 casos, com uma "tendência estável a crescente".
O relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas para a covid-19 refere ainda que a variante Delta, originalmente associada à Índia, é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados na semana de 16 a 22 de agosto em Portugal.
O relatório relembra que é "de esperar a ocorrência de mutações nos vírus ao longo do tempo, em resultado do processo da sua replicação" e que "a probabilidade de ocorrência destas mutações aumenta com a circulação do vírus na comunidade e com o número de indivíduos parcialmente imunizados, promovendo o aparecimento de variantes".
Internamentos e óbitos covid-19 por estado vacinal
O relatório divulgado hoje foi o primeiro a apresentar os dados relativos a infeções, internamentos e óbitos por estado vacinal. O documento refere que, desde o início do processo de vacinação, foram identificados 29 373 casos de infeção por SARS-CoV-2 entre as 6 824 392 pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias (0,4%).
O relatório refere também que, entre as pessoas infetadas, 303 (1,0%) foram internadas com diagnóstico principal de covid-19 e 100 foram internadas com diagnóstico secundário de infeção, sendo que mais de metade (59%) das pessoas internadas com diagnóstico principal de covid-19 tinham mais de 80 anos.
Os estudos nacionais de efetividade das vacinas contra a covid-19 na população com 65 e mais anos, e que compreendem a análise de fevereiro a agosto de 2021, sugerem uma "elevada efetividade da vacina na redução das hospitalizações e óbitos associados à covid-19". O relatório refere que a efetividade das vacinas de mRNA (Pfizer-BioNTech e Moderna) contra hospitalizações foi estimada em 94% para a população entre os 65 e 79 anos e de 82 % para pessoas com 80 ou mais anos.
O relatório salienta ainda que, entre 1 e 30 de junho de 2021, os casos com esquema vacinal completo apresentaram "um risco de hospitalização cerca de cinco a dez vezes inferior aos casos não vacinados".
Entre os 29 373 casos de infeção por SARS-CoV-2 em pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias, registaram-se 309 mortes (1,1 %), das quais 239 (77,3%) em pessoas com mais de 80 anos.
Relativamente aos "óbitos por todas as causas" em doentes com um teste positivo há pelo menos 30 dias, estimou-se uma efetividade de 96% na faixa etária dos 65 aos 79 anos e de 81% acima dos 80 anos. Para a população com 80 anos ou mais, "a monitorização da efetividade da vacina contra formas mais graves da doença ao longo do tempo não revelou uma redução até três meses após a toma da segunda dose".
No que diz respeito à ocorrência de óbitos por covid-19 tendo em conta o estado vacinal, verificou-se que, no mês de agosto - até 29 de agosto de 2021 -, ocorreram 96 óbitos (54%) em pessoas com um esquema vacinal completo, 63 óbitos (36%) em pessoas não vacinadas e 18 óbitos (10%) em pessoas com vacinação incompleta.
“A população mais vulnerável encontra-se quase totalmente vacinada, pelo que é esperado que a proporção de casos com esquema vacinal completo no total de óbitos aumente. No entanto, o risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de julho, mês com os dados consolidados mais recentes”, assegura o relatório.
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