Estas informações foram hoje reveladas pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, numa conferência de imprensa em que fez um balanço sobre os três estados em que Portugal se encontra desde quarta-feira.

A generalidade de Portugal continental entrou na quarta-feira em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que passou para o estado de contingência.

Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos continuam em estado de calamidade, já que, segundo disse o primeiro-ministro na semana passada, é onde se concentra agora "o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados".

De acordo com Eduardo Cabrita, o grupo de acompanhamento desta situação, constituído por membros do Governo, das forças de Segurança e da Proteção Civil, tem uma “visão muito positiva da forma como têm vindo a ser introduzidas as medidas desta nova situação”.

Dos 36 autos aplicados, o governante destacou os 12 relativos à infração da nova regra de “consumo e bebidas alcoólicas em espaço público”, adiantando também que foram encerrados nestes dois dias 15 estabelecimentos por incumprimento das regras e efetuadas seis detenções pelas forças de segurança.

O ministro da Administração Interna garantiu também que “no próximo fim de semana as forças de segurança estarão muito atentas, quer às zonas balneares, quer aos ajuntamentos, quer a situações de consumo de bebidas na via pública” e apelou aos cidadãos para que cumpram as regras de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus.

Questionado pelos jornalistas sobre a falta de policiamento nas ruas, designadamente nas freguesias que ainda estão em estado de calamidade, Eduardo Cabrita disse que a PSP tem “intensificado a sua ação relativamente aos ajuntamentos”.

No que toca à abertura das fronteiras, na quarta-feira, o governante manifestou um “profundo reconhecimento pela forma como os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras e a Guarda Nacional Republicana” atuaram, destacando que durante os três meses em que as fronteiras estiveram encerradas “fizeram aquilo que durante 35 anos nunca tinha sido feito”.

A fronteira não foi porém, abandonada, notou o ministro, realçando que “neste momentos a GNR e o SEF estão nas zonas de fronteira a fazer controlos móveis aleatórios, várias vezes ao dia, nas cinco fronteiras com maior movimento”.

Sobre o tráfego aeroportuário, Eduardo Cabrita referiu que o número de voos passou “de uma dezena por dia para largas dezenas” desde quarta-feira e sublinhou que “foi pedido às companhias aéreas que fossem de imediato adotados os procedimentos relativamente a voos de países de fora da União Europeia permitidos” no sentido de garantir “que os passageiros chegam com testes realizados na origem".

O ministro da Administração Interna recordou ainda que já estão no terreno as novas equipas multidisciplinares nas 19 freguesias que se encontram em estado de calamidade, o que permitiu ao Governo “estabelecer uma rede de cerca de mil locais de alojamento, dos quais neste momento apenas 90 estão ocupados”.

Estes alojamentos destinam-se a “pessoas que têm condições sociais, condições habitacionais, que tornam difícil a realização de um confinamento na sua residência habitual”, referiu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 521 mil mortos e infetou mais de 10,88 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal regista hoje mais 11 mortos devido à doença covid-19 do que na quinta-feira e mais 374 infetados, dos quais 300 na Região de Lisboa e Vale do Tejo, divulgou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o boletim epidemiológico diário da DGS, o número de mortos relacionados com esta doença respiratória infecciosa totalizou hoje 1.598, enquanto os casos de infeção confirmados desde o início da pandemia no país somam 43.156.