"Apesar de não se conhecerem casos confirmados no nosso país, as empresas do alojamento turístico e da restauração e bebidas começam já a dar os primeiros sinais provocados pelo novo coronavírus", afirma a associação, em comunicado.

Entre esses sinais, adianta, estão o "registo de contração e mesmo cancelamento" de reservas já efetuadas, o que a AHRESP considera que "exige que se antecipem medidas específicas" de apoio às atividades de alojamento e da restauração, nomeadamente ao nível financeiro, tendo em vista "acautelar e minimizar" impactos negativos na atividade turística este ano.

A AHRESP diz-se "preocupada" com esses impactos e anuncia já ter solicitado ao Governo a criação de instrumentos financeiros de apoio às empresas e seus trabalhadores, para quando se verificarem quebras significativas na atividade, o que refere parecer inevitável, atendendo aos dados que a associação diz já deter.

"Acresce que esta situação se acentua numa época em que as empresas já iniciaram o reforço de contratação de mão-de-obra, bem como realizaram investimentos de requalificação e melhoramento das suas unidades para o período da Páscoa que se avizinha, mas também para a época alta do Verão", procura essa que pode não registar-se, adverte.

A associação salienta que Portugal "está na rota de muitos itinerários que incluem vários países europeus, levando a que muitos turistas, por receio, mesmo que infundado, tenham vindo a cancelar as suas viagens", prejudicando empresas e a economia.

"A AHRESP continuará a trabalhar com o Governo e a promover, junto das empresas, uma desejável serenidade e a divulgação de todas as informações e orientações da Direção-Geral da Saúde, com quem reunirá em breve, e da Organização Mundial da Saúde", conclui.

Hoje, a Comissão Europeia solicitou aos Estados-membros da União Europeia (UE) uma avaliação dos impactos económicos do Covid-19, facultando "dados agregados sobre o impacto nas cadeias de abastecimento”, tendo em vista coordenar uma análise destas consequências na indústria e empresas do espaço comunitário.

Na quinta-feira, o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, anunciou estarem a ser preparadas, caso se torne necessário, "medidas de apoio" aos setores económicos enfraquecidos pelo coronavírus, mas não especificou as possíveis ajudas.

Os últimos dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), hoje divulgados, revelam 815 casos do novo coronavírus na Europa e, entre estes, o registo de 19 mortes, 17 das quais em Itália e duas em França.

Segundo o ECDC, verificaram-se até ao momento casos de covid-19 em Itália (650), Alemanha (47), França (38), Espanha (25), Reino Unido (16), Suíça (oito), Suécia (sete), Áustria (cinco), Noruega (quatro), Croácia (três), Grécia (três), Finlândia (dois), Bélgica (um), Dinamarca (um), Roménia (um), Estónia (um), São Marinho (um), Holanda (um) e Lituânia (um).

A nível mundial, o Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, tendo das pessoas infetadas recuperado mais de 36 mil.