"Eu entendo que deve haver um plano de confinamento e de desconfinamento, neste caso, nacional, mas se o território todo não for homogéneo nós poderemos ter desconfinamentos a ritmos diferentes, consoante a região", afirmou.

O líder social-democrata, que se reuniu hoje, no Porto, com representantes do Movimento a Pão e Água, que agrega empresários da restauração, comércio, hotelaria e eventos, rejeita, contudo, um confinamento ao nível concelhio por considerar que em causa está uma malha "muito apertada" e pequena.

"Regiões mais alargadas parece-me avisado, porque não me parece que tenhamos de prejudicar regiões e pessoas dessas regiões desnecessariamente. (...) Portanto, parece-me que não será de pôr de fora a possibilidade de o desconfinamento não ser rigorosamente da mesma forma pelo país todo. Poderá ser, mas parece-me que pode fazer-se de uma forma um bocadinho diferente para aquelas populações que não estão tão massacradas pela pandemia", observou.

Rui Rio considera que este é o tempo de desenhar o plano de desconfinamento, mas não de baixar "a guarda", o que só pode ser feito, defende, depois ser indicados pelos técnicos as linhas vermelhas.

Apesar de admitir que este plano devia ter sido preparado pelo Governo há mais tempo e de reconhecer que isso traria mais segurança às pessoas, o social-democrata acredita que, a existir, não diria que o país já podia ter desconfinado há mais tempo.

"Por aí o prejuízo não é muito grande, temos de ser justos nas críticas", afirmou.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou, na quinta-feira, que o desconfinamento no âmbito da pandemia de covid-19 seja gradual e acompanhado de orientações claras e da garantia do controlo da transmissão da infeção pelo SARS-Cov-2.

"A decisão deve ser planeada, tendo por base processos de monitorização que acompanhem tanto a evolução epidemiológica quanto os indicadores económicos e sociais do país", lê-se no documento enviado à Lusa com as recomendações do órgão consultivo para o desconfinamento.

Para o CNS, a reabertura da atividade dos diferentes setores da sociedade deve ser gradual e acompanhada de medidas que permitam assegurar o controlo da transmissão da infeção, da identificação em tempo útil de pontos de maior risco e de um programa efetivo de teste-rastreio-isolamento.

Relativamente à capacidade de testagem, o CNS refere que os testes de diagnóstico devem ser distribuídos de forma abrangente, podendo até ser dispensada prescrição médica, e particularmente dirigidos a pessoas em contextos de maior risco para a ocorrência de surtos.

Por outro lado, é recomendado que o levantamento das medidas restritivas não aconteça sem orientações claras, não apenas para os diferentes níveis de cuidados de saúde e diferentes setores, mas também para os cidadãos em geral.

O plano de desconfinamento é apresentado pelo Governo no dia 11 de março, mas o primeiro-ministro, António Costa, já adiantou que, além de gradual, progressivo e diferenciado por setores de atividades, "poderá também ser, porventura, em função de localizações, tal como já vigorou num certo período de tempo no país".

Em Portugal, morreram 16.458 pessoas dos 807.456 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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