"É um voo de facilitação de mobilidade dos emigrantes", disse à agência Lusa Rui Abreu, diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, referindo que a partida está prevista para as 16:40 em Caracas (21:40 em Portugal continental), devendo chegar a Lisboa na madrugada de quarta-feira.
Rui Abreu explicou que este é o terceiro voo organizado por Portugal após o encerramento do espaço aéreo venezuelano, em 15 de março, devido à pandemia de covid-19, sendo o primeiro operado pela TAP desde fevereiro.
Em 17 de fevereiro, o Governo venezuelano anunciou a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa, "por razões de segurança", após acusações de transporte de explosivos e por ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo entre Lisboa e Caracas.
Entretanto, em março, o executivo de Nicolás Maduro encerrou o espaço aéreo da Venezuela como medida de contenção da covid-19.
"Os 190 emigrantes madeirenses deverão viajar para a região em diversos voos ao longo da semana", disse Rui Abreu.
O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa explicou que está previsto um novo voo para o final de outubro, indicando que há cerca de 490 portugueses inscritos no consulado-geral de Portugal em Caracas para regressar ao país, dos quais 210 são oriundos da Madeira.
Rui Abreu observou, por outro lado, que cerca de 10 mil emigrantes madeirenses e descendentes terão regressado ao arquipélago nos últimos quatro anos, motivados pela crise económica e social que assola a Venezuela.
Oficialmente, 7.500 estão inscritos no Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) e 1.500 jovens frequentam as escolas da região.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e quarenta e cinco mil mortos e mais de 35,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.032 pessoas dos 80.312 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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