Um avião fretado por Espanha partiu no sábado às 21:00 locais de Nova Deli (16:30 em Lisboa), com escala em Goa, de onde tinha previsto partir às 00:30 locais (19:00 de Lisboa), com destino a Madrid.
Segundo o embaixador espanhol em Nova Deli, José Ramón Barañano, citado pela agência EFE, o avião transporta cerca de 300 pessoas, “cerca de 10% cidadãos da União Europeia (UE) não-espanhóis e os restantes 90% turistas espanhóis”, tendo embarcado 104 pessoas em Nova Deli e 186 em Goa.
No voo espanhol “vêm três cidadãos nacionais”, esclareceu fonte do MNE, adiantando que “na área de jurisdição de Nova Deli ficarão ainda 30 nacionais por repatriar”, os quais “estão muito dispersos e em áreas de difícil acesso”.
A fonte precisou ainda que “em Diu (área de jurisdição de Goa)” permanecem “56 cidadãos nacionais, que se encontram de visita às respetivas famílias e cuja maioria reside no Reino Unido”, cidadãos que “estão inscritos nas listas da Delegação da UE” e em relação aos quais “todos os esforços serão feitos para que sejam repatriados em voos organizados pela UE”.
“De referir ainda que relativamente a cidadãos nacionais que manifestaram vontade de sair da Índia, vários partiram ontem e hoje de Nova Deli e de Bombaim. Nas cidades de Nova Deli, Bombaim e Goa já não há portugueses por regressar a Portugal, de entre aqueles que solicitaram apoio às nossas autoridades consulares”, disse ainda.
Dezenas de portugueses retidos no estrangeiro devido à suspensão de ligações aéreas ou fechos de fronteiras decididos em resposta à pandemia provocada pelo novo coronavírus são repatriados ao abrigo de operações realizadas no quadro da UE, que reembolsa os custos deste tipo de voos até 75%.
Na terça-feira passada, na Assembleia da República, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou que “dezenas e dezenas de portugueses estão a ser repatriados através de “200 voos já realizados, em realização ou em planeamento”.
Portugal liderou uma das operações, para repatriar portugueses e outros europeus de Lima, e, segundo o ministro, a lógica subjacente nestas operações é a de liderar “nos países onde sabemos que o número de turistas portugueses será muito elevado” e “aproveitar sistematicamente voos liderados por outros países para integrar neles cidadãos portugueses”.
Até segunda-feira, disse então Santos Silva, foram resolvidos 2.249 dos 3.641 pedidos de repatriamento apresentados por cidadãos portugueses retidos noutros países devido às consequências da pandemia do novo coronavírus.
No voo agora liderado por Espanha, segundo a EFE, viajam “praticamente todos os espanhóis” retidos na Índia, enquanto se procuram alternativas para os que estão dispersos pelo território indiano.
Até hoje, sucessivos voos foram cancelados pela Índia no âmbito das medidas para tentar travar a propagação do vírus que provoca a Covid-19, país de 1,3 mil milhões de habitantes que regista até ao momento 2.700 casos e 75 mortos.
Surgido em dezembro, na China, o novo coronavírus já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 63 mil das quais morreram.
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