A Agência Europeia do Medicamento aprovou hoje o uso da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19, que poderá assim começar a ser administrada na União Europeia ainda este ano.
“Apraz-me anunciar que o comité científico da EMA se reuniu hoje e recomendou uma autorização condicional de mercado na UE para a vacina desenvolvida pela BioNTech e pela Pfizer. A nossa opinião científica abre caminho à primeira autorização de mercado para uma vacina contra a covid-19 na UE”, anunciou a diretora-executiva da entidade que regula a aprovação de medicamentos na UE, Emer Cook.
Numa conferência de imprensa desde Amesterdão, Cook apontou que a decisão “é válida para os 27 Estados-membros, ao mesmo tempo”, e comentou que a mesma constitui “um passo significativo em frente na luta contra esta pandemia”.
Para que esta vacina possa começar a ser comercializada e administrada na UE, resta agora a aprovação pela Comissão Europeia, o que deverá acontecer no espaço de 48 horas, permitindo assim que a campanha de vacinação arranque nos Estados-membros a partir de 27 de dezembro, como anunciara a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.
A entidade que regula a aprovação de medicamentos na União Europeia justificou esta antecipação da reunião por ter recebido dos laboratórios farmacêuticos a informação adicional sobre a vacina.
A antecipação da data da reunião para hoje surge, contudo, depois de o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, ter pressionado o regulador europeu a acelerar a aprovação do fármaco.
O ministro considerou a situação “especialmente irritante” porque o uso da vacina desenvolvida pela BioNTech, da Alemanha, e pela farmacêutica norte-americana Pfizer, foi autorizada em países como o Reino Unido, os Estados Unidos ou o Canadá, mas ainda estava à espera de aprovação da Agência Europeia do Medicamento, não podendo, por isso, ser usada na Alemanha ou em qualquer um dos 27 países da UE.
Recentemente, a presidente da Comissão Europeia exortou a União Europeia a iniciar “tão cedo quanto possível” uma campanha de vacinação contra a covid-19, a arrancar em simultâneo nos 27 Estados-membros, para assegurar a erradicação do “vírus horrível”.
A Comissão Europeia já assinou contratos com as companhias de vacinas AstraZeneca (300 milhões de doses), Sanofi-GSK (300 milhões), Johnson & Johnson (200 milhões), BioNTech e Pfizer (300 milhões), CureVac (405 milhões) e Moderna (160 milhões).
Na semana passada, a Agência Europeia do Medicamento antecipou uma outra reunião extraordinária para 06 de janeiro para concluir a avaliação da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Moderna, que estava anteriormente prevista para 12 de janeiro.
A EMA recebeu na última quinta-feira, "antes do previsto", o último pacote pendente de dados clínicos necessário para os seus especialistas avaliarem o pedido da Moderna de licença condicional de comercialização do seu fármaco na União Europeia, o que pode permitir a essa agência antecipar o anúncio de suas conclusões sobre a segurança e eficácia da vacina.
Também na última quinta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou que a vacinação contra a covid-19 pode começar no dia 27 de dezembro em Portugal, com a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.
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