Assim, de acordo com a primeira edição do barómetro semanal da Nielsen sobre este tema, em relação à semana de 24 de fevereiro a 01 de março, em termos homólogos, existiu “um crescimento das vendas nos Hipers+Supers [hipermercados e supermercados] que totalizou 14% entre as categorias de alimentação, detergentes e produtos de higiene e frescos, quando desde o início do ano a tendência se situava nos 6%”.
“A avaliação realizada pela Nielsen revela uma reação no comportamento do consumidor perante esta pandemia, em linha com a própria evolução desta situação no continente europeu e em território nacional”, indicou a Nielsen.
Segundo a Nielsen, “constata-se uma preocupação acrescida entre os portugueses com a saúde e o armazenamento de produtos alimentares, exemplificado nos valores mais elevados registados para as conservas (+42%), os produtos ricos em vitamina C (kiwi +39%, laranja +37%, tangerina/clementina +37%) e produtos básicos (+36%)”.
Além disso, existem preocupações com a saúde e a limpeza, sendo que estão também no topo do crescimento “detergentes e produtos de higiene”, adiantou.
De acordo com a Nielsen, a “reação dos portugueses não foi igual em todo o território: Lisboa, Setúbal, Leiria e Santarém foram os primeiros a reagir e foi nestas zonas geográficas que o consumo mais disparou”, sendo que, na capital, “o consumo de 18% registado nesta semana triplicou a tendência de 6% verificada desde o início do ano”.
A consultora alerta para que “as próximas semanas podem demonstrar uma situação diferente, uma vez que os primeiros casos positivos da covid-19 foram registados no norte do país”, adiantou a Nielsen.
Este barómetro foi feito com base em dados da Auchan, Continente, Dia/MiniPreço, El Corte Inglés, Intermarché, Mercadona e Pingo Doce, e analisou vendas em valor, em termos homólogos.
A Nielsen Holdings é uma empresa global de gestão de medição e análise de dados, que reúne os seus próprios dados com dados de outras fontes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
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