Numa carta enviada ao presidente do IMT - Instituto da Mobilidade e Transportes, a que a agência Lusa teve acesso, a APIA lembra que “a situação excecional que se vive no momento atual e a proliferação de casos registados de contágio de coronavírus veio exigir a aplicação de medidas extraordinárias e de caráter urgente”.
“Dando continuidade e expressão ao caminho trilhado pelo Governo da República, entendem os associados da APIA que importa, ainda, promover medidas mais arrojadas que aumentem as possibilidades de distanciamento social e isolamento profilático, cuidando da saúde dos utentes que acorrem aos Centros de Inspeção de Automóveis”, refere.
A associação sinaliza que estes centros têm frequentes filas e longas esperas de tempo e que os trabalhadores das inspeções automóveis têm nesta altura uma atividade com alto risco de contágio, uma vez que a sua atividade obriga ao confinamento dentro das viaturas dos clientes, bem como o necessário manuseamento de volantes, manetes, entre outros.
“Tudo isto considerado, aliado ao facto de se estar atualmente a viver uma redução drástica da atividade económica do país, com a consequente forte redução da circulação automóvel, afigura-se-nos avisado e mesmo imperioso que se determine a suspensão da atividade de todos os Centros de Inspeção Automóvel do país, por um período de tempo não inferior a 15 dias, desde já se propondo a suspensão da sua atividade até 31 de março de 2020, data em que se reavaliará a situação”, refere.
A APIA defende ainda o alargamento dos prazos das obrigações para efetuar as inspeções aos proprietários dos veículos pelo tempo necessário.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.
O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é de quase 25 mil, praticamente metade dos cerca de 52 mil casos confirmados na Europa, que regista mais de 2.291 mortos.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou no domingo o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.
Entre os casos identificados, 136 estão internados, dos quais nove em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperada.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras
Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália, o país da Europa mais afetado.
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