Esta informação é conhecida no dia em que a Comissão Europeia anunciou ter ilibado Portugal numa investigação de alegadas ajudas estatais ilegais pela CP à EMEF, após ter concluído “não haver envolvimento das autoridades portuguesas”.
“A fusão por incorporação da EMEF na CP tem como objetivo eliminar redundâncias e condicionalismos decorrentes da anterior tipologia de gestão”, lê-se na mesma nota, para “otimizar os recursos e melhorar a articulação entre ambas as partes, numa operação que resulta numa redução de custos da ordem dos 1,2 milhões de euros por ano”, segundo estudos levados a cabo para a operação.
No comunicado, a CP deu ainda conta de que “houve necessidade de se proceder a uma alteração orgânica na operadora” que “originou cisões e fusões de áreas funcionais” e incluiu a redução de dirigentes.
“Como o desempenho dos cargos dirigentes na CP se processa em regime de comissão de serviço, a configuração de uma nova estrutura obriga à exoneração de todos os dirigentes anteriores e a nova nomeação”, detalhou a transportadora.
Depois de finalizada esta reestruturação, “a CP reduz em 46% o número de diretores”, sendo que os “69 diretores existentes na soma das duas estruturas anteriores (CP e EMEF) passam para 37 na nova configuração orgânica. Em média, passa a existir 1 diretor por cada 100 trabalhadores”, indicou a empresa.
As mudanças fazem com que o número total de chefias e de funções de responsabilidade diminua, “apesar de terem sido criadas novas áreas funcionais e das atividades anteriores da CP e da EMEF serem complementares”.
Este processo, destacou a CP, “atribuiu cargos de responsabilidade que visam gerir uma empresa com quase quatro mil pessoas, dispersas geograficamente, com responsabilidades e subespecialidades distintas”.
Segundo a transportadora ferroviária, “esta fusão e reestruturação foi suportada por estudos efetuados por grupos de trabalho da CP e da EMEF, com colaboração da Parpública e de consultores de referência”, sendo que estes estudos apontam para uma “poupança significativa”.
“É do conhecimento público que tanto a CP como a EMEF operavam com significativas carências de pessoal”, relembrou o grupo, defendendo que a fusão, além de “aumentar a eficiência, permite eliminar redundâncias e libertar quadros técnicos para a execução de outras tarefas, reduzindo as necessidades de pessoal no grupo CP”, de acordo com a informação hoje divulgada.
O Conselho de Ministros aprovou em 19 de dezembro a incorporação da EMEF na CP, fusão cujo objetivo passa por “reforçar a capacidade operacional e funcional da principal operadora nacional de transporte ferroviário de passageiros”.
A fusão da EMEF é “uma medida de reorganização que visa garantir a normalização e o reforço da qualidade do serviço público prestado pela CP, tendo por base linhas sólidas de gestão integrada – para a atividade de transporte e para a atividade central de suporte que é a de manutenção e reparação”, lê-se no comunicado divulgado no final da reunião.
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