Segundo o gabinete de comunicação da CP, “no período da manhã ocorreram quatro supressões” e “entre as 14:00 e as 17:30 registaram-se 10 supressões”, estando previstas, até ao final do dia, “mais duas supressões”.
Assim, de acordo com a mesma nota da empresa ferroviária, na Linha de Sintra “ocorreram 14 supressões, número que deverá subir para as 16 até ao final do dia”.
Uma fonte oficial da transportadora acrescentou que, na quarta-feira, além das 13 supressões registadas até meio da tarde, não se realizaram mais três comboios até ao final desse dia, totalizando 16 imobilizações.
Na segunda-feira não se realizaram 20 comboios, na hora de ponta da tarde, enquanto as restantes cerca de três dezenas e meia de supressões de terça-feira ocorreram maioritariamente na ligação entre o Rossio (Lisboa) e Meleças (Sintra).
De acordo com os dados da CP, contando com as duas imobilizações previstas até ao final do dia, por motivo de “reparação ou para manutenção”, a circulação na Linha de Sintra foi afetada, desde segunda-feira, por um total de 89 supressões.
“A CP e a EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário] continuam a trabalhar para que, no mais breve espaço de tempo possível, sejam repostos os níveis de disponibilidade do material circulante, o que deverá ocorrer nos próximos dias”, afirmou a empresa responsável pela principal linha suburbana de Lisboa.
Na sequência das dezenas de supressões de comboios desde segunda-feira, a concelhia do PSD de Sintra, presidida por Ana Valente, apelou hoje, em comunicado, ao “direito à mobilidade”.
Para o PSD sintrense, o excesso de imobilizações resulta de “falta de manutenção do material provocada por uma política de desinvestimento nos serviços prestados às populações”, levada a cabo pelo Governo socialista “suportado” pelo PCP e Bloco de Esquerda.
Os sociais-democratas salientam que o Governo “anunciou com pompa e circunstância a redução do preço dos passes sociais como sendo a medida com mais impacto social da legislatura”.
Uma decisão que aprovam desde que seja “acompanhada de bons serviços de transportes públicos que garantam aos cidadãos o seu direito fundamental à mobilidade”.
“Sem comboios, sem autocarros, sem camionetas, a redução do preço do passe social não passa de uma medida eleitoralista, de uma medida de propaganda”, frisou a estrutura local “laranja”.
O PSD de Sintra apoia a redução do preço dos passes sociais “desde que não dê apenas acesso a uma gare sobrelotada ou a uma paragem de autocarros”.
Para a concelhia social-democrata “não chega o reconhecimento pelo senhor presidente da câmara e a solidariedade do senhor ministro das Infraestruturas de que a situação é intolerável”, exigindo soluções para a situação.
O PSD de Sintra exigiu, por isso, que os munícipes “não se amontoem em gares ou em comboios sem condições dignas de circulação” e que “o respeito pelo direito de mobilidade” seja assegurado a todos os sintrenses.
“O que está a acontecer em Sintra em matéria de transporte ferroviário é intolerável. Já falei com o senhor ministro Pedro Nuno Santos e estou inteiramente solidário com ele, porque é o primeiro a reconhecer que esta situação é intolerável”, afirmou à Lusa o presidente da câmara, Basílio Horta (PS), após ter falado com o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
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