O antigo primeiro-ministro português participa na XI Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP a convite do Presidente brasileiro, Michel Temer, que disse esperar que António Guterres contribua para a "reflexão modernizadora" da comunidade lusófona.
Portugal será representado na cimeira ao mais alto nível, como habitualmente, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
A cimeira, dedicada à Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, decorre no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, e começa hoje às 15:50 (hora local, 13:50 em Lisboa), com a fotografia oficial do encontro. Segue-se a sessão solene de abertura e, pelas 17:00 (em Brasília), os mandatários iniciam uma sessão de trabalho.
Às 20:00, o Presidente brasileiro oferece um jantar oficial no Palácio da Alvorada.
A reunião marca o início da presidência brasileira da organização, durante os próximos dois anos, sucedendo a Timor-Leste.
O Presidente Temer defendeu que "preciso atualizar a CPLP, alinhá-la ao que há de mais contemporâneo no debate internacional" e garantiu o envolvimento do Brasil com a organização, depois de o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, ter defendido que o futuro da CPLP "depende largamente do Brasil, porque Portugal aposta, mas o Brasil tem de apostar".
A celebrar 20 anos de existência, a CPLP deverá ver aprovada nesta cimeira a nova visão estratégica, que pretende definir o rumo da organização para a próxima década.
Durante a reunião, espera-se a designação, pelos nove membros da CPLP, da próxima secretária-executiva, Maria do Carmo Silveira, indicada por São Tomé e Príncipe, que deverá iniciar, em janeiro de 2017, um mandato de dois anos.
Outro tema que deverá ser debatido pelos chefes de Estado e de Governo é o cumprimento dos compromissos pela Guiné Equatorial, que se tornou membro de pleno direito da CPLP há dois anos, na cimeira da Díli, nomeadamente quanto à abolição da pena de morte e à introdução do português.
O representante da missão permanente da Guiné Equatorial junto da CPLP, Tito Mba Ada, anunciou no passado dia 19 que a Assembleia Nacional ratificou os estatutos da organização, o que o Governo português disse ser uma "boa notícia".
Também a situação política na Guiné-Bissau, onde foi alcançado um acordo para encontrar um primeiro-ministro de consenso, deverá ser alvo de debate pelos responsáveis dos Estados-membros.
A CPLP deverá ainda aprovar a entrada de cinco novos observadores associados: Hungria, República Checa, Eslováquia, Costa do Marfim e Uruguai.
À margem da reunião, o Presidente brasileiro recebe hoje, no Palácio do Planalto - sede da presidência brasileira em Brasília -, António Guterres, que se tornará secretário-geral das Nações Unidas a 1 de janeiro de 2017, e, de seguida, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Também hoje de manhã, os chefes da diplomacia dos nove países reúnem-se no Palácio Itamaraty, no XXI Conselho de Ministros, de onde deverão sair as recomendações para aprovação na cimeira.
A CPLP reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste e debruça-se sobre várias áreas de cooperação, como educação, saúde, defesa, agricultura, justiça, economia e língua.
A cimeira será encerrada na terça-feira de manhã, estando a sessão solene de encerramento prevista para as 10:00 locais.
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