Os números são do Ministério Público: 3.598 novos inquéritos relativos a crimes de corrupção e criminalidade conexa, ou seja, abuso de poder, administração danosa, branqueamento, participação económica em negócio, peculato, prevaricação, recebimento indevido de vantagem e tráfico de influência. Isto entre 1 de janeiro e 25 de novembro deste ano, o que representa um aumento de mais de 25% em relação a 2021 (2865 inquéritos).

No mesmo período foram proferidos 161 despachos de acusação e aplicada a suspensão provisória do processo em 40 casos. E foram arquivados 1.595 inquéritos.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) recebeu e analisou 11.434 comunicações no âmbito de procedimentos de prevenção e repressão de branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo nos primeiros onze meses do ano, 950 das quais partiram do sistema financeiro, por suspeita de movimentos associados a fundos ou outros bens provenientes ou relacionados com a prática de atividades criminosas.

Na sequência das diligências efetuadas para apurar a legalidade das operações, foi determinada a suspensão de 535 operações bancárias no valor superior a 104 milhões de euros (até 30 de setembro) e instaurados 535 inquéritos.

Só através da aplicação “Corrupção: Denuncie Aqui”, disponível no Portal do Ministério Público, foram apresentadas 1.345 queixas, das quais 38,8% (522) por denunciantes identificados e o restante por denunciantes anónimos.

As denúncias com maior expressão numérica são as referentes a empresas privadas (259), à administração local (239) e a entidades não especificadas (212). Mas foram também recebidas 95 denúncias relacionadas com serviços centrais do Estado, 52 relacionadas com atividade desportiva e 29 relacionadas com fraudes relativas a fundos da União Europeia.

As denúncias analisadas nesse período, nas quais se inserem denúncias transitadas de 2021, num total de 1.616, 11 deram origem a averiguações preventivas e a 115 inquéritos. O número de inquéritos instaurados corresponde a cerca de 7,12% face ao número de denúncias analisadas.