Em dia de escolha do novo líder do PSD, seu anterior parceiro de coligação, a líder centrista voltou a criticar “a negociação feita à porta fechada” sobre o financiamento partidário, e desafiou o PSD a rever a sua posição em relação ao limite do financiamento privado.
Assunção Cristas lamentou que António Costa não lhe tenha dado resposta quando o interpelou no parlamento sobre o assunto e hoje venha dizer que a sua posição é de que a solução é para manter.
“Quando olhamos para negociações que se fazem à porta fechada sobre o financiamento dos partidos e para um primeiro-ministro que, no debate quinzenal me responde que ali não é secretário-geral do PS e nada tem a dizer sobre o assunto, hoje mesmo, agora inequivocamente como líder do seu partido, vem dizer que a sua posição é manter (a proposta de revisão da Lei).
Para Cristas, mais não é do que consagrar “um estatuto de benefício para partidos, que a reboque de um processo para dar resposta ao Tribunal Constitucional, visa resolver um problema do PS em relação ao IVA e satisfazer um certo interesses do PCP e do PSD.
“Esperemos que possa rever a sua posição, em relação ao teto do financiamento privado dos partidos”, disse, referindo-se ao PSD.
A líder do CDS sublinhou que o partido “sempre teve a mesma posição e foi firme do princípio ao fim, mesmo quando foi pressionado às portas do Natal para haver unanimidade na aprovação da Lei (do financiamento dos partidos) e que seria vetada pelo Presidente da República.
Prosseguindo nas críticas ao “governo das esquerdas unidas” e ao primeiro-ministro, Cristas lamentou que António Costa, quando interpelado sobre o número de novas unidades de saúde familiar abertas em 2017, “tenha faltado à verdade”, talvez mal informado, porque “não foram 23 como disse e depois não tenha corrigido a afirmação”.
“A Saúde tem sido pouco prioritária, ao nível dos meios alocados, apesar do discurso do governo”, acusou.
Mais incisiva foi ainda ao referir-se “ao acordo assinado pelo primeiro-ministro no encontro dos países da Europa do Sul, para haver listas transnacionais ao Parlamento Europeu, sem nenhum debate”, concluindo ser mais um exemplo “da ligeireza do primeiro-ministro” e questionando: “a quem serve o acordo? Certamente aos países de maiores dimensões e não é a Portugal”, que tem um número diminuto de eurodeputados.
Aproveitou ainda para reprovar a “péssima ideia” de alocar dinheiro da Santa Casa da Misericórdia para o Montepio Geral, sublinhando o risco de tal operação, eventualmente com o dinheiro destinado a quem mais precisa.
“Estaremos no Parlamento a querer saber Tim-tim por Tim-tim a perguntar e a inquirir, porque anão aceitamos que se vá dizendo que está tudo em aberto e tenhamos a sensação de que tudo se vai fechando, colocando num banco o dinheiro dos pobres”, advertiu.
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