De acordo com uma investigação, que dura há mais de 22 anos, conduzida por José Antonio Lorente, cientista forense e professor na Universidade de Granada, em Espanha, o navegador Cristóvão Colombo era, afinal, espanhol e judeu.

Com base em amostras de ADN e na análise de vários documentos, os investigadores descobriram que Colombo não era um marinheiro de Génova, mas era proveniente de uma família de judeus, fiandeiros de seda, da cidade espanhola de Valência.

A Euronews avança que as mais recentes descobertas foram reveladas no documentário "ADN de Colombo. A sua verdadeira origem", que foi emitido, no fim de semana passado, pelo canal público espanhol RTVE.

Lorente e a sua equipa contam que, na primeira parte da investigação, procuraram encontrar os verdadeiros restos mortais de Cristóvão Colombo, que estão afinal no túmulo da catedral de Sevilha, juntamente com os restos mortais do filho, Fernando Colombo, também decisivos na investigação.

Através da análise aos ossos de Fernando Colombo, os cientistas terão conseguido provar a relação de pai e filho, explica o Notícias ao Minuto.

Entre as 25 possíveis origens do navegador, que incluem Polónia, Grécia, Portugal, França ou Hungria, por exemplo, os investigadores selecionaram as oito teses mais plausíveis.

A partir daí, no documentário são explicadas cada uma das teorias com documentos e dados históricos e, por fim, o professor e a sua equipa recorrem ao ADN, que acreditam sustentar a teoria mais correta.

"Temos o ADN de Cristóvão Colombo, muito parcial, mas suficiente. Temos o ADN de Fernando Colombo, o seu filho", disse.

"Tanto no cromossoma Y (masculino) como no ADN mitocondrial (transmitido pela mãe) de Fernando há traços compatíveis com a origem judaica", continuou.

O homem, que descobriu o continente americano a 12 de outubro de 1492, terá escondido a sua origem judaica, e fingido ser católico, para evitar o antissemitismo e ser alvo de perseguições na Europa.

Sobre os mais recentes dados, Lorente afirmou serem "quase absolutamente fiáveis", mas nem toda a comunidade científica está convencida.

Miguel Botella, um antropólogo forense que chegou a participar nas primeiras análises aos restos mortais do alegado túmulo de Cristóvão Colombo, em Sevilha, mas abandonou o projeto em 2005, afirmou ao jornal espanhol El País que os ossos analisados foram apenas "150 gramas" e que não correspondiam ao material genético.

Já Antonio Alonso, ex-diretor do Instituto Nacional de Toxicologia e Ciências Forenses de Espanha, garantiu estar atento às novas descobertas, mas que "infelizmente, de um ponto de vista científico, não é possível avaliar o que está no documentário, porque não foram apresentados quaisquer dados da análise".

"A minha conclusão é que o documentário nunca mostra o ADN de Colombo e, como cientistas, não sabemos que análise foi efetuada", explicou.