Paulo Rangel discursou esta tarde no 38.º Congresso do PSD, uma intervenção muito ovacionada e que começou com um momento de evocação do histórico assessor do partido Zeca Mendonça, que morreu há um ano, “o melhor dos militantes, o melhor de todos nós”.
“Queria saudar Rui Rio, dizer-lhe que pode contar connosco, que pode também contar comigo e dizer-lhe algo que aliás já há algum tempo venho dizendo, muito antes até do período eleitoral: estou convencido de que, porque tem uma estratégia e uma visão para o médio prazo, não para amanhã, não para o imediato, mas para o médio prazo, nós vamos ver Rui Rio, e talvez mais cedo do que tarde, primeiro-ministro de Portugal”, antecipou.
O eurodeputado do PSD criticou a manobra que o primeiro-ministro, António Costa, “descobriu e que faz dele e do seu Governo, o Governo do pastor e do lobo, que é a célebre da fábula do Pedro e do Lobo”.
“Da primeira vez talvez tenha resultado, da segunda vez já quase não resultou e da próxima vez que António Costa, no parlamento, quando houver uma medida que vai ao coração das suas políticas, ameaçar demitir-se é capaz de ter mesmo de se demitir e haver eleições para o PSD ir para o Governo”, alertou.
Na perspetiva de Paulo Rangel, “de cada vez que o PSD apresenta uma medida diferente e diz que tem que essa medida tem de ser aplicada responsavelmente, Costa tem medo e ameaça com a demissão”.
“Sei que há leituras diferentes, mas eu pergunto: quem tem medo de, com medidas de contrapartida e compensação que asseguram o equilíbrio orçamental, baixar o IVA da eletricidade”, questionou, trazendo o IVA da luz ao congresso, tema que aqueceu o debate orçamental nos últimos dias.
A resposta à própria pergunta veio logo de seguida: “quem tem medo é o António Costa e os socialistas de baixar a fatura aos portugueses”.
O eurodeputado do PSD referiu-se ainda às declarações da ministra da Agricultura, que esta semana disse que "o coronavírus até podia ter consequências positivas" para as exportações do sector agroalimentar.
“Se houvesse uma ministra ou uma ministro do PSD que tivesse feito as declarações que fez a ministra da Agricultura era obrigada a demitir-se no momento seguinte”, atirou.
Rangel apelou ainda “a que não haja duplo padrão”, questionando o que se teria dito que se o PSD tivesse nomeado uma Procuradora-Geral da República que “está agora a tentar silenciar o Ministério Público”.
O ex-cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu está convicto que, para o desígnio que “é fazer com que o PSD volte a governar Portugal”, o partido pode e deve contar “com Luís Montenegro e com Miguel Pinto Luz que foram candidatos dignos e relevantes no processo eleitoral” interno.
“Quero aliás dizer-lhes que os respeito muito, que os admiro muito e que sei que, como no passado, e no presente o partido pode contar com eles, também no futuro o partido contará com eles os dois para nós construirmos esse grande projeto social-democrata para Portugal e para os portugueses”, elogiou.
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