As tropas norte-coreanas sofreram pelo menos 4.700 baixas, “incluindo cerca de 600 mortes”, disse Lee Seong-kweun aos jornalistas após uma reunião com os serviços de informação da Coreia do Sul.

Cerca de dois mil soldados feridos foram repatriados para a Coreia do Norte entre janeiro e março por via aérea e ferroviária, e acredita-se que estejam isolados em Pyongyang e noutras partes do país, disse Lee.

Quanto aos mortos, os seus corpos foram cremados na Rússia e as cinzas repatriadas para a Coreia do Norte, acrescentou.

“A Coreia do Norte apoiou a retoma de Kursk pela Rússia, mobilizando 18 mil soldados em duas fases. Desde março, quando Kursk foi efetivamente recapturada, o número de confrontos diminuiu”, explicou o parlamentar.

“A possibilidade de uma terceira fase não pode ser completamente descartada”, embora Pyongyang ainda não tenha dado qualquer sinal que sugira que está a enviar novas tropas para a Rússia, disse Lee.

“Seis meses após as forças norte-coreanas terem entrado na guerra, estima-se que a sua capacidade de combate tenha melhorado significativamente, uma vez que a inexperiência inicial diminuiu e tornaram-se mais proficientes na utilização de novos sistemas de armas, incluindo drones”, acrescentou o legislador.

“No entanto, devido ao destacamento prolongado, houve relatos de má conduta entre as forças norte-coreanas, incluindo consumo excessivo de álcool e roubo”, disse.

Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu às tropas norte-coreanas pelo envolvimento no combate contra as forças ucranianas na região russa de Kursk, após a Coreia do Norte confirmar, pela primeira vez, o envio de tropas.

Num comunicado emitido pelo Kremlin, Putin elogiou o heroísmo e a dedicação dos combatentes norte-coreanos: “Ombro a ombro com os combatentes russos, defenderam nossa Pátria como se fosse deles”, disse.

Horas antes, a Coreia do Norte tinha confirmado, pela primeira vez, o envio de tropas para a Rússia, para apoiar a ofensiva contra a Ucrânia, ao abrigo do tratado de parceria estratégica assinado com Moscovo em junho de 2024.

A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA revelou que “subunidades das forças armadas” do país “participaram nas operações para libertar as áreas ocupadas de Kursk”, na sequência de uma ordem direta do líder Kim Jong-un.

No sábado, a Rússia tinha anunciado que as suas tropas recuperaram totalmente a região de Kursk, tomada pelas forças ucranianas, numa incursão surpresa em agosto. Kiev negou a alegação.

Oficiais dos serviços secretos dos EUA, da Coreia do Sul e da Ucrânia afirmaram que a Coreia do Norte enviou entre 10 mil e 12 mil soldados para a Rússia.