![Da remoção do pulmão às quedas e bronquites. As preocupações com a saúde do Papa Francisco ao longo do pontificado](/assets/img/blank.png)
Na sua biografia, intitulada “O Jesuíta”, os autores, Sérgio Rubin e Francesca Ambrogetti, relatam que os médicos diagnosticaram a Jorge Mário Bergoglio uma grave pneumonia, pelo que foi submetido em jovem a uma operação para a retirada parcial do pulmão direito, depois de terem sido encontrados três quistos no órgão.
Esta operação “não representa um prejuízo para a sua vida” de todos os dias, reafirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, um dia após a eleição, em 2013. “Aqueles que o conhecem, sempre o viram de boa saúde”, acrescentou.
Outra questão apontada foi o facto de Bergoglio ter sofrido, em 2007, uma inflamação aguda do nervo ciático que o impediu de ir a Roma ao consistório convocado por Bento XVI, de acordo com o jornal argentino La Nacion.
Nos últimos anos, começaram a surgir notícias mais concretas relativamente às questão de saúde do pontífice. Em 2021, o Papa esteve internado durante dez dias devido a uma operação ao colón e, em maio de 2022, por sofrer dores intensas no joelho, apareceu numa cadeira de rodas em público pela primeira vez.
"Tenho um ligamento rompido, farei algumas infiltrações e vamos ver. Estou assim há algum tempo, não posso caminhar", disse Francisco pouco tempo antes.
Em janeiro do mesmo ano, o Papa proporcionou um momento de bom humor na audiência-geral no Vaticano, ao brincar com o problema de saúde.
"Tenho um problema na perna direita, um ligamento do joelho inflamado. Mas vou descer [do local onde preside à audiência] para vos saudar e vocês passam para me saudar. É algo passageiro", começou por dizer.
De seguida, o Papa, na altura com 85 anos, rematou a explicação com uma brincadeira: "Dizem que acontece só com os velhos, não sei porque aconteceu comigo...", aponta. À volta, ouviram-se aplausos.
Já em 2023, a 29 de março, o Papa Francisco deu entrada "no Hospital Gemelli de Roma para alguns exames previamente programados". No mesmo dia foi confirmado que tinha uma infeção respiratória e que iria ficar internado alguns dias, o que se veio a confirmar.
Posteriormente, a 26 de maio, a Sala de Imprensa da Santa Sé deu conta de que o pontífice cancelou a sua agenda por se encontrar em "estado febril", episódio a que se seguiu uma nova ida ao hospital, a 6 de junho, para realizar exames, e uma operação ao abdómen no dia seguinte, por risco de obstrução intestinal — uma laparotomia e plástica da parede abdominal com prótese, com recurso a anestesia geral.
Em 2024 e agora, no início de 2025, foram várias as vezes em que constipações e infeções respiratórias fizeram com que Francisco tivesse de pedir que lessem intervenções por ele ou que mudou planos para não apanhar resfriados.
Recentemente, também caiu duas vezes no seu apartamento, devido a problemas de mobilidade, magoando o braço e o queixo.
Associado aos problemas de saúde veio também a questão da renúncia, com Francisco a afirmar em 2023 que ocupava uma posição vitalícia e que a renúncia do Papa Bento XVI foi uma exceção. Contudo, soube-se que escreveu uma carta de renúncia dois meses depois da sua eleição.
"Fiz isso caso tivesse algum problema de saúde que me impedisse de exercer o meu ministério e não estivesse plenamente consciente e em condições de renunciar", disse o Papa ao Civita Cattolica.
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