“Confirma-se a existência de um inquérito que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal” (DCIAP), respondeu à agência Lusa o gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR), não avançando mais pormenores alegando segredo de justiça.
Fonte policial revelou hoje à Lusa que a Polícia Judiciária (PJ) portuguesa e a polícia federal brasileira estavam alertadas, desde o início da pandemia, para a possibilidade do tráfico de cocaína entre os dois países recorrer a jatos particulares.
Segundo a mesma fonte, as polícias já se tinham apercebido que, com a diminuição de voos regulares entre os dois países, o “modus operandi” de traficar cocaína entre o Brasil e Portugal se tinha alterado com os traficantes a utilizarem outros meios, nomeadamente o recurso a jatos fretados a companhias privadas.
A recente apreensão de mais de 500 quilogramas de cocaína na fuselagem de um jato fretado à empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia, com sede em Porto Salvo, para um voo de Salvador para o Aeródromo de Tires, Cascais, é um dos casos que encaixa nestas suspeitas, estando as duas polícias a colaborar e a partilhar informações.
Na lista de passageiros do jato estava João Loureiro, antigo presidente do Boavista, que já foi ouvido pela Polícia Federal (PF) brasileira e a quem “foram extraídos arquivos” do seu telemóvel.
Numa declaração enviada à Lusa, no final do depoimento, Loureiro confirmou que “prestou declarações como testemunha junto das autoridades competentes em Salvador”, frisando estar “absolutamente alheio a tudo que se passou”.
A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.
Segundo informações da PF em Salvador, nenhum passageiro ou tripulante da aeronave foi detido ou está impedido de sair do país.
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