"O aumento dos salários é uma emergência para garantir a dignidade de quem trabalha, dar outra dinâmica à economia e impulsionar um nível superior de crescimento e pelo contributo que pode dar para a fixação das novas gerações e combater o défice demográfico. Uma emergência para dar maior consistência à sustentabilidade da Segurança Social e construir reformas dignas no futuro de cada trabalhador", disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista insistiu no novo valor para o salário mínimo nacional, de 850 euros, considerando a medida "indispensável e inadiável", tal como "uma legislação laboral que valorize o trabalho e os trabalhadores", embora admitindo "as medidas positivas que foram tomadas nos últimos três anos".
"A base da política económica que permitiu a mudança há três anos e meio foi ter compreendido que a reposição de rendimentos era fundamental para devolver confiança, o que permitiu aos empresários investir, criar emprego, de mais qualidade. Ao longo destes anos, não só repusemos os vencimentos que tinham sido cortados na função pública, como permitimos um aumento de 20% do salário mínimo nacional. Os rendimentos médios subiram mais de 3,5%. Em 2016 subiu 1,6%, em 2017 subiu 3,7%, no ano passado 3%", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro considerou como "bom princípio" definido no início desta legislatura o "programar da evolução do salário mínimo nacional", pois "foi importante para as famílias, que tiveram confiança nos rendimentos que podiam ter e foi importante para as empresas, que puderam planear o seu esforço com a massa salarial" e desejou fazer o mesmo na próxima legislatura.
"A trajetória de aumento dos vencimentos é absolutamente essencial porque, apesar deste esforço, ainda só foram recuperados cerca de 60% do rendimento anterior à crise. Há muito caminho pela frente e para andar", admitiu.
"Só espero que não guarde para outubro aquilo que é emergente e urgente no plano da valorização do trabalho e seus salários e não se coloque a questão de uma alteração gravosa à legislação laboral. Que não encontre na próxima legislatura ou até outubro uma referência porque [a questão] tem de ser respondida já nestes quatro meses que ainda faltam", respondeu Jerónimo de Sousa.
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