Em comunicado, os líderes democratas das duas câmaras afirmaram ter ainda acordado negociar um pacote orçamental para financiar a segurança fronteiriça que seja “aceitável para ambas as partes”, pelo que exclui qualquer verba para a construção do muro com o México.
“Tivemos um encontro muito produtivo com o Presidente na Casa Branca. A conversa centrou-se no DACA [Ação Diferida para Imigração Infantil]. Acordamos em consagrar rapidamente a proteção prevista no DACA numa lei”, afirmaram os líderes democratas do Senado e da Câmara dos Representantes, respetivamente, Chuck Schumer e Nancy Pelosi, que jantaram na quarta-feira com Trump.
A Casa Branca também divulgou informações sobre o encontro num comunicado, mas sem qualquer referência “a acordos” com Schumer e Pelosi.
De acordo com a Casa Branca, Donald Trump e os líderes democratas tiveram uma “conversa construtiva” sobre as atuais “prioridades legislativas”, que incluem a reforma tributária, segurança fronteiriça, o DACA, infraestrutura e comércio, por esta ordem.
A administração norte-americana afirmou que o encontro foi um “passo positivo” para alcançar “soluções bipartidárias” para os problemas que afetam todos os norte-americanos e manifestou o desejo de “continuar estas conversações” com os líderes democratas.
Donald Trump revogou recentemente um programa lançado, em 2012, pelo antecessor Barack Obama, que protegeu da deportação 800 mil ‘sonhadores’, chegados ao país quando ainda eram crianças, concedendo-lhes um ‘estatuto legal’ temporário.
A suspensão não vai ser efetivada de imediato, dado que a Casa Branca deu um prazo de seis meses para o Congresso encontrar uma solução legal alternativa para as pessoas protegidas pelo programa de Obama.
Esse programa oferece proteção temporária a aproximadamente 800.000 jovens, 75% dos quais oriundos do México, chegados aos Estados Unidos ilegalmente enquanto crianças, que graças ao DACA conseguiram então não ser expulsos do país e obter, por exemplo, vistos temporários de trabalho ou carta de condução.
Daquele total faz parte um número indeterminado de jovens portugueses, que pode chegar às várias centenas.
Quatro estados norte-americanos (Califórnia, Minnesota, Maryland e Maine) anunciaram, esta semana, que vão processar a Casa Branca por causa da decisão “anticonstitucional” de acabar com o DACA, juntando-se a outros 15, entre os quais Nova Iorque, que já tinham apresentado queixa.
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