Na reunião do executivo da Câmara do Porto, a vereadora socialista Maria João Castro lamentou que se tenha perdido "um espaço incómodo" que fazia parte do caráter do Porto, em nome de um projeto que ninguém conhece.
"Podemos fazer uma leitura política: pelo menos calaram uma voz polémica", afirmou, sublinhando que há 15 meses havia um projeto para o local e 15 meses passados ainda não se viu nenhum.
Para o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, não houve, neste caso, censura, já que a Associação Simplesmente Notável, que explorava aquele quiosque, podia ter-se candidatado a outros espaços na cidade.
"É importante que fique claro, não há nenhuma censura relativamente à associação. Agora o que nós não vamos vender é quiosques, desde logo porque nós não podemos vender quiosques. Portanto, eu considero mesmo uma provocação terem perguntado à câmara se estava com dificuldades financeiras e se podiam comprar", disse.
Acresce o autarca que a associação podia ter concorrido a esse quiosque, como podia ter concorrido a outros, como é o caso do edifício da antiga biblioteca que existe na Praça do Marquês, uma vez que de dois em dois meses há hasta pública.
Em resposta à vereadora socialista, o autarca explicou ainda que o município apoiou por dois anos o projeto cultural ali desenvolvido, mesmo não correspondendo à atividade que foi inicialmente apresentada.
"É muito fácil, por um lado dizer: bom, é grande liberdade de fazer, de criticar, de censurar. Estou absolutamente de acordo com isso, mas ao mesmo tempo querem subsídios", frisou.
Para o local, acrescentou a vereadora dos Transportes, Cristina Pimentel, está em curso um projeto de segurança rodoviária, uma vez que aquela artéria é um dos principais eixos de entrada.
Nesse sentido, aquele eixo está a ser repensado e revisto tendo em consideração estas questões bem como a necessidade daquela artéria aquando do arranque das obras na Ponte Luís I.
O presidente da autarquia reconheceu ainda a importância de um quiosque naquela zona, sublinhando, contudo, que, a existir, a sua preferência seria dentro do jardim de São Lázaro.
Situado junto à Biblioteca Municipal, o quiosque "The Worst Tours", foi demolido em meados de outubro por a autarquia considerar que não se enquadrava na intervenção no espaço público que pretende efetuar.
O quiosque construído entre os anos 60 e 70 foi ocupado, em 2016, pela "The Worst Tours" que realizava passeios pelas partes mais desconhecidas do Porto.
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