O apelo de Guaidó surgiu dias depois de também o Presidente eleito, Nicolas Maduro, ter pedido a mediação do Papa no conflito político que se vive na Venezuela, numa carta enviada para o Vaticano.
“Peço a quem nos possa ajudar, como o Santo Padre, e a todas as diplomacias, para que possam colaborar a por fim à usurpação (de poder), para um governo de transição que leve a eleições verdadeiramente livres”, afirmou Juan Guaidó, numa entrevista a um canal italiano de televisão.
Na entrevista, Guaidó, cuja Presidência interina foi já reconhecida por dezenas de países, acusou Nicolas Maduro de ser responsável pelo “assassínio a sangue frio” de dezenas de opositores, para os intimidar.
Guaidó afirmou ficar muito contente se pudesse receber o Papa na Venezuela, que caracterizou como “um país muito católico”.
Esta semana, Nicolas Maduro já tinha enviado uma carta ao Papa, solicitando ajuda para facilitar o diálogo com a oposição.
Em declarações aos jornalistas, no regresso de uma visita a Abu Dabi, o Papa Francisco disse que estaria disposto a esse papel de mediação, sempre que qualquer uma das partes o solicitasse.
“Mas é como quando as pessoas vão ver um padre, havendo um problema entre marido e mulher. Se apenas vai um deles… o outro quer? São sempre precisas as duas partes. Essa é uma condição que os países devem ter em conta, antes de pedir a ajuda ou a presença de um salvador ou de um mediador”, explicou o Papa.
Hoje, o diretor interino do gabinete de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, emitiu um comunicado em que reiterava que “o Santo Padre sempre reservou e, portanto, reserva a possibilidade de verificar a vontade de ambas as partes”, antes de iniciar qualquer processo de mediação.
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