Perante a perspetiva de poderem existir muitos votos em branco, o deputado e ex-ministro apenas disse que aguardará os resultados e depois fará a sua leitura e tirará “as consequências que entender”.
As eleições decorrerão entre as 15:00 e as 18:00, na sala do grupo parlamentar do PSD, e os deputados terão dois boletins de voto: um para eleger a direção (que inclui presidente, ‘vices’ e secretários), de forma colegial, e outro para votar nos coordenadores e vice-coordenadores propostos, neste caso de forma nominal.
Em declarações aos jornalistas na quarta-feira, Negrão salientou que “acontece com todos os grandes partidos políticos as votações mais variáveis que se possa imaginar” e “aconteceu com grandes líderes parlamentares do PSD”.
O ainda líder parlamentar, Hugo Soares, foi eleito em 19 de julho do ano passado, para um mandato de dois anos, com 85,4% de votos, correspondentes a 76 votos favoráveis, 12 votos brancos e um nulo.
Antes dele, Luís Montenegro exerceu funções de líder parlamentar do PSD desde junho de 2011, quando foi eleito com 86% dos votos, tendo sido sucessivamente reeleito em outubro de 2013, com 87% dos votos, e em novembro de 2015 com quase 98% dos votos, sempre sem oposição.
Antes de Montenegro, Miguel Macedo tinha sido eleito em 2010 com 87,5% dos votos e Aguiar-Branco, em 2009, com mais de 96% dos votos.
Antes de Aguiar-Branco, a votação para a liderança da bancada parlamentar do PSD permitia votos contra, o que deixou de acontecer e atualmente a discordância em relação aos nomes propostos só pode ser expressa através de votos brancos, nulos ou da abstenção.
Nesse outro método, Paulo Rangel tinha sido eleito em 2008, com cerca de 57% de votos favoráveis, enquanto, antes dele, Santana Lopes tinha conseguido, em 2007, 70% dos votos da bancada.
Já Marques Guedes, quando foi eleito em 2005, recolheu 81,6% dos votos favoráveis, enquanto Guilherme Silva — que fez dois mandatos – tinha tido 85% em 2004 e 91,3% em 2002.
Negrão apresentou na terça-feira uma lista à direção com sete vice-presidentes, cinco dos quais apoiaram Rui Rio, cortando quase para metade o número de ‘vices’, que eram 12.
Da anterior direção de bancada transitam Adão Silva, que será o primeiro vice-presidente, António Leitão Amaro – ambos apoiantes de Rio nas diretas – e Margarida Mano, que não tomou posição na campanha interna.
Negrão escolheu ainda como novos ‘vices’ os deputados Emídio Guerreiro (eleito por Braga), Carlos Peixoto (Guarda) e Rubina Berardo (Madeira), que estiveram ao lado de Rio contra Santana Lopes, e António Costa Silva (Évora), que não tomou posição na campanha interna.
O candidato único à direção da bancada é, assim, o único elemento da direção da bancada que apoiou Pedro Santana Lopes na campanha interna.
Para secretários da direção, Negrão propôs a deputada Clara Marques Mendes, que já ocupava este cargo, bem como os deputados Bruno Coimbra e Manuela Tender.
O deputado e ex-ministro Fernando Negrão anunciou há uma semana a sua candidatura à liderança parlamentar do PSD, um dia depois de Hugo Soares ter convocado eleições antecipadas para o cargo após o presidente do partido, Rui Rio, lhe ter comunicado que gostaria de trabalhar com outra direção da bancada.
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