“Durante os próximos dias, ou mesmo semanas, é possível que sejam avistadas algumas manchas na água ou vestígios de crude na areia, pelo que interditamos quaisquer atividades naquelas duas praias até ao dia 14”, disse hoje à agência Lusa Marcos Augusto, Comandante da Capitania do Porto de Peniche.

A Praia do Abalo (um pequeno areal que fica a descoberto na baixa-mar e que é utilizado essencialmente por pescadores) e a Praia do Porto da Areia Norte (que desde o ano passado está dedicada ao uso canino) foram, para já, as duas únicas afetadas pelo derrame que teve origem numa rutura do sistema de abastecimento de uma caldeira da empresa Plastimar, com sede na zona industrial de Peniche.

A avaria causou a escorrência de fuelóleo para o domínio hídrico de Peniche e obrigou à intervenção da Capitania do Porto de Peniche, que após reunião com a Agência Portuguesa de Ambiente (APA), a Câmara e a empresa encetou, na quinta e na sexta-feira, a retirada de cerca de três toneladas de nafta do areal da Praia do Abalo.

Na altura ficou por limpar “uma zona de rochas, em arribas de difícil acesso”, em relação à qual a APA ficou de analisar as medidas que poderiam ser tomadas, admitindo o capitão do Porto que a solução pudesse passar pela “absorção natural” do crude, dada a perigosidade associada à intervenção humana no local.

Num ponto de situação feito hoje à Lusa, Marcos Augusto afirmou que ainda na sexta-feira foi detetado o aparecimento de “algas com crude na Praia do Porto da Areia Norte”, cuja limpeza a brigada da poluição da Capitania tentou efetuar, sem sucesso, “devido ao facto de as viaturas ficarem atoladas na areia”.

A situação acabou por ser resolvida no sábado, com a retirada de “entre 20 a 30 sacos de algas que foram encaminhados para destino final por uma empresa especializada”, não havendo, até hoje, “notícia de que tenham surgido vestígios de crude em qualquer outra praia”, acrescentou.

Ainda assim, o responsável disse manter “uma vigilância apertada em toda a área da Capitania”, com a autoridade marítima atenta “quer a consequências para a fauna e flora” quer, sobretudo, “a qualquer surgimento que ocorra nas praias de uso balnear”.

O eventual surgimento de pequenas manchas na água está dependente “da direção das correntes”, já que, segundo o mesmo responsável, “é impossível garantir a limpeza de todos os vestígios”.

As manchas de petróleo à superfície da água “evaporam naturalmente”, enquanto outros sedimentos tendem a manter-se a alguma profundidade, sendo remexidos pelas marés, e os mais pesados depositam-se no fundo do mar.

A limpeza das duas praias contou com a colaboração da empresa, a Plastimar, e a situação está a ser acompanhada pela autarquia, pela APA e pela autoridade marítima.

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