Pouco passava das 6h30 quando parte de um prédio de quatro andares em Torre Annunziata, localidade a cerca de quatro quilómetros da zona arqueológica de Pompeia colapsou. As autoridades, citadas pela agência de notícias italiana, ANSA, diziam haver duas famílias desaparecidas, apesar de ser "difícil dar informações oficiais sobre o número de desaparecidos", sabiam que pelo menos dois eram crianças.
As informações preliminares, divulgadas no Twitter dos bombeiros italianos, davam conta de poder haver até oito pessoas desaparecidas.
Ao final da tarde desta sexta-feira, 7 de julho, começaram a ser encontrados os primeiros corpos. Eram cerca das 17h00 (18h00 em Itália) quando os cerca de 80 operacionais dos bombeiros italianos nas operações de resgate retiraram dos escombros o corpo de um dos desaparecidos na derrocada do prédio em Torre Annunziata. Era o primeiro corpo a ser encontrado depois do incidente desta manhã.
Vinte minutos depois, as autoridades italianas anunciavam ter encontrado o corpo de um segundo desaparecido. As operações de busca continuam em Itália.
A ANSA citou testemunhas que disseram que não houve nenhuma explosão antes da queda do prédio, mas que um comboio tinha passado nas imediações em carris adjacentes. A circulação ferroviária naquela zona foi interrompida.
Imagens mostram a estrutura do prédio parcialmente derrubada, revelando o interior de alguns apartamentos.
Equipas de resgate estavam a remover os escombros à mão, passando-o para fora em baldes, enquanto os bombeiros em escadas verificavam a estabilidade da parte do edifício que se mantinha intacta.
Notícias publicadas em alguns meios de comunicação dão conta que estavam a ser realizadas obras de reconstrução nos dois primeiros andares do edifício, que por isso estavam desabitados.
No Twitter, os bombeiros italianos divulgam imagens das buscas por eventuais desaparecidos.
O jornal italiano 'Corriere della Sera' conta que, de acordo com informações preliminares, há duas famílias envolvidas no colapso, havendo até sete pessoas que terão ficado para trás, "provavelmente apanhados enquanto dormiam", pode ler-se.
Por volta das 9h20 (8h20 em Lisboa) desta manhã, as equipas no local ouviram a voz de uma mulher que pedia ajuda, diz ainda o jornal italiano, acrescentando que se está agora a trabalhar para a retirar dos escombros.
Duas famílias desaparecidas, dois bombeiros feridos
O colapso ocorreu por volta das 6h20 (5h20 em Lisboa) desta sexta-feira. As traseiras do edifício na rua Rampa Nunziate ruíram. O presidente da câmara de Torre Annunziata diz, citado pelo Corriere dela Sera, que entre os desaparecidos pode estar "uma família com duas crianças e a família de um técnico municipal, com mulher e filho".
Dois bombeiros ficaram ligeiramente feridos a trabalhar nas operações de socorro, depois de um dos cães de socorro ter caído sobre os socorristas. Um deles foi transportado para o hospital, tal como o cão, de cerca de 40 quilos, que foi levado para um centro veterinário.
Segundo a imprensa local, havia de manhã 70 pessoas a trabalhar nas buscas. A Proteção Civil italiana tem também cães a apoiar as operações. Ainda cedo nesta sexta-feira, as temperaturas no local rondavam os 30º C, havendo voluntários a distribuir sais minerais às equipas no teatro de operações.
Um cão resgatado com vida
Peky, o cão de um dos moradores do edifício que desabou, foi retirado com vida dos escombros. O dono do animal saiu de casa por volta das 5h00 da manhã (4h00 em Lisboa) e por isso não estava em casa quando a derrocada ocorreu esta manhã, conta a Rai News.
Passagem de comboios "não afeta a estabilidade"
Em comunicado, a RFI explica que a linha próxima do edifício, ao contrário do que terá divulgado alguma imprensa, não é usada por comboios de mercadorias, sendo apenas destinada para o transporte regional de passageiros.
A empresa ferroviária acrescenta também que o serviço naquela linha é interrompido entre as 23h00 e as 5h00, tendo isso sido feito também na noite passada. E acrescenta: "as vibrações dos comboios que passam junto ao prédio não têm qualquer impacto na estabilidade dos edifícios adjacentes".
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