Mais de 270 bombeiros, apoiados por 16 aviões, foram hoje destacados, contando ainda com a assistência do exército. Os bombeiros permanecem cautelosos quanto à possibilidade de um ressurgimento do fogo nestas montanhas, apesar de a melhoria das condições meteorológicas na sexta-feira ter deixado a frente principal das chamas sob controlo na última noite, enquanto permanecem “vários fogos ativos dispersos” na cordilheira de Geraneia.

“É um dos maiores incêndios dos últimos 20 ou 30 anos, que aconteceu este mês, tão cedo na estação”, disse o chefe dos bombeiros Stefanos Kolokouris à estação ANT1.

Já o serviço de proteção civil grego assegurou que a avaliação da extensão dos danos será efetuada assim que o incêndio for considerado totalmente controlado, numa fase em que ainda não foram reportadas vítimas, mas somente danos numa dúzia de habitações.

A imprensa revela que os estragos provocados pelas chamas são já consideráveis.

Segundo Euthymios Lekkas, professor de gestão de desastres ambientais na Universidade de Atenas, este é “um enorme desastre ecológico que exigirá trabalho para evitar deslizamentos de terra e terríveis inundações” após o verão.

“As chamas queimaram mais de 55 quilómetros quadrados de florestas de pinheiros”, afirmou o especialista na emissora pública ERT.

O bem-estar animal daquele habitat é presentemente uma das maiores preocupações, com aves, tartarugas, cães, gatos, porcos-espinhos ou javalis encontrados completamente carbonizados. No local encontram-se voluntários de grupos de direitos dos animais a tentar prestar assistência e fornecer água e comida.

A organização não governamental (ONG) grega ANIMA declarou estar particularmente “preocupada” com o incêndio em plena primavera, “quando os animais acabaram de dar à luz as suas crias”. “É difícil para os recém-nascidos correr ou voar por conta própria como adultos”, explicou a associação nas redes sociais.

Já a WWF lançou uma petição sob o slogan ‘A luta pela prevenção hoje salvará os nossos bosques amanhã’, exigindo “ao Estado que tome medidas sérias para prevenir os incêndios florestais” e conseguiu recolher 3.300 assinaturas em poucas horas. Entre as propostas sobressaem a elaboração dos mapas florestais em falta, uma melhor gestão do problema dos resíduos queimados em certas zonas e a elaboração de um plano de ação nacional.

A Grécia é confrontada todos os anos com graves incêndios florestais, alimentados pela seca, ventos fortes e temperaturas frequentemente superiores a 30 graus.