Contactado pela agência Lusa, Tiago Delgado explicou que a paragem dos trabalhos ficou a dever-se a casos de infeção, pelo novo coronavírus, entre os trabalhadores, e à necessidade de instalação de novos andaimes, para proteger aos prédios situados a nascente e poente do edifício e de aumentar a zona de aterro para que a máquina possa chegar ao topo dos 13 andares, em segurança”.
Segundo Tiago Delgado, “o aterro de inertes que já se encontra nas traseiras do prédio tem de aumentar, em cerca de um a dois metros de altura, para garantir a estabilidade da máquina giratória, permitindo o acesso ao topo do prédio, em segurança”.
A desconstrução do edifício de maiores dimensões estava inicialmente prevista para janeiro, mas os casos de covid-19 detetados nos trabalhadores, e as dificuldades de aprovação da instalação do andaime e do aumento do aterro”, impediram o arranque da operação, agora prevista para a próxima semana.
“O atraso na obra é de quase um mês, que esperamos recuperar logo que os trabalhos entrem em velocidade cruzeiro. São situações que não são contornáveis e que esperamos que não venham a afetar a conclusão dos trabalhos”, explicou.
A desconstrução está orçada em cerca de 1,2 milhões de euros e tem prazo de conclusão para o próximo mês de março.
“Quando a empreitada atingir um nível mais próximo da do solo, vai ser possível intensificar os equipamentos e reforçar a atividade no sentido de recuperar o prazo”, afirmou o vice-presidente da VianaPolis.
Tiago Delgado adiantou que “qualquer adiamento do prazo de conclusão da desconstrução não será complicado de resolver para reduzir a “perturbação” na envolvente.
“Podem ser retirados os tapumes para uma zona mais próxima do prédio, permitindo minimizar o impacto da obra na mobilidade naquela zona da cidade”, especificou.
Conhecido localmente como prédio Coutinho, o edifício Jardim foi construído no início da década de 70 do século passado. Tem a sua desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis.
O projeto, iniciado quando António Guterres era primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente, prevê para o local a construção do novo mercado municipal.
Inicialmente, o projeto da sociedade VianaPolis previa a implosão do prédio, mas a partir de 2018 a desconstrução foi a alternativa escolhida dada a complexidade da obra, em plena malha urbana, com edifícios históricos na envolvente, e por prever o aproveitamento e a reutilização dos materiais, e causar menos impacto ambiental.
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