“Vamos iniciar negociações, com todos os trabalhadores em pé de igualdade”, avançou à Lusa Alexandre Delgado, do Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ), estrutura sindical que tinha apresentado o pré-aviso de uma greve parcial, de duas horas por turno, entre terça-feira e quinta-feira.

No âmbito das negociações, a próxima reunião entre a administração da empresa e os sindicatos de trabalhadores da Transtejo/Soflusa vai realizar-se em 28 de junho, indicou Alexandre Delgado, referindo que, até chegarem a acordo sobre a revisão salarial de todos os trabalhadores, está suspenso o prémio de 60 euros atribuído aos mestres dos navios.

Presente na reunião, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Manuel Oliveira, disse que foi subscrito um protocolo negocial que vai servir de base para as negociações, no sentido de encontrar uma solução equilibrada para todos os trabalhadores da empresa.

Em causa estão os salários de marinheiros, chefes de máquina, oficiais de reparações e auxiliares de terra, que estão descontentes com a atribuição de um prémio aos mestres da empresa e a consequente “desarmonia salarial”, quando, segundo o sindicato SITEMAQ, “havia um acordo com toda a gente de que este ano não havia propostas”.

Os mestres realizaram várias greves, em maio, pela contratação de novos profissionais e pela valorização dos salários.

Com uma administração conjunta, a empresa Transtejo/Soflusa presta um serviço público de transporte fluvial integrado no sistema global da Área Metropolitana de Lisboa, sendo considerado um elemento fundamental na travessia do Tejo.

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa.