“Não há nenhum meio seguro que garanta a sua extinção", afirmou à Lusa Franquelim Marque, para quem é na forma "como se controla” esta praga que reside a possibilidade de "não acumular prejuízos".

Para o dirigente associativo, o trabalho das câmaras na destruição dos ninhos é “fundamental”, tendo permitido que, em Santo Tirso, distrito do Porto, tenham sido destruídos 110 dos 118 ninhos registados desde o início do ano.

Na Trofa, município vizinho, o número de ninhos eliminados foi de 40, explicando a autarquia que "a diminuição em 2018 teve a ver com a limpeza florestal realizada", bem como com o "prolongamento do tempo frio e das chuvas, uma vez que a vespa velutina prolifera no início do calor".

Embora considere tratar-se de "um problema de saúde pública e com efeitos na biodiversidade ", ainda assim, para o presidente da APICAVE, a vespa asiática está "no quarto lugar nos fatores que mais prejudicam a apicultura", elencando como primeiro os incêndios florestais.

Responsável de uma associação com "420 associados e cerca de 20 mil colmeias" situadas entre os leitos dos rios Cávado e Ave, Franquelim Marques explicou que, na tentativa de minimizar os efeitos da ação das vespas, cada apicultor "tem um custo adicional, por colmeia, de 20 euros por ano".

A vespa velutina é uma espécie asiática com uma área de distribuição natural pelas regiões tropicais e subtropicais do Norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região Norte de Portugal.

Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas, e também na saúde pública, porque, embora não sendo mais agressivas do que a espécie europeia, reagem de modo mais agressivo se sentirem os ninhos ameaçados, podendo fazer perseguições até algumas centenas de metros.

Esta espécie predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final do ano seguinte.