Os dados divulgados hoje foram recolhidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão ligado ao Governo brasileiro, entre 01 e 28 de maio, pelos satélites que fazem parte do sistema Deter.
Este forte aumento questiona seriamente o compromisso feito pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, perante a comunidade internacional de eliminar a desflorestação ilegal no país até 2030, dez anos antes do que o inicialmente planeado.
Em abril já tinha sido batido um recorde, com 580 quilómetros da floresta amazónica destruídos no Brasil, mas o número de maio é “particularmente preocupante porque este mês marca o início da seca que é acompanhada por uma intensificação da destruição de grande parte da floresta amazónica”, frisou em um comunicado o Observatório do Clima, uma rede de organizações não-governamentais (ONG) de defesa do meio ambiente.
Bolsonaro é cético quanto as mudanças climáticas, mas entretanto prometeu esforços antes da cimeira do clima, organizada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em abril.
Desde que assumiu o poder em janeiro de 2019, porém, o Observatório do Clima avalia que o chefe de Estado brasileiro “tem trabalhado para desmantelar as políticas de controlo da desflorestação”.
A ONG também acusou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de ter “praticamente encerrado” as atividades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Salles e outros funcionários do Ministério do Meio Ambiente também são suspeitos de favorecer a exportação ilegal de madeira da Amazónia para a Europa e os Estados Unidos.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
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