Em Bragança, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou que a aprovação da proposta socialista para baixar o IRS mostra que é necessário o Governo dialogar mais e aceitar a negociação parlamentar.

No final de uma ação de campanha para as europeias, o líder socialista fez o comentário minutos depois de, na comissão parlamentar de orçamento e finanças, a proposta do PS sobre redução fiscal ter sido aprovada, enquanto a dos partidos que suportam o Governo, para uma nova tabela de taxas dos escalões do IRS, ter sido chumbada.

O cabeça de lista da CDU, João Oliveira, pegou no tema e, em declarações aos jornalistas durante uma visita a uma pedreira em Peroselo de Penafiel, no distrito do Porto, criticou o que classificou como "oportunistas e de circunstância" as posições da direita e do PS sobre IRS, considerando que “mudam de opinião consoante o sentido do vento” e não são “merecedores de confiança”.

O líder do Chega, André Ventura, à margem de uma ação de campanha em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, aconselhou o Governo a "chorar menos e governar mais" e justificou a viabilização da proposta do PS sobre IRS por querer baixar impostos às pessoas, "independentemente de ser o partido A ou partido B".

Sobre as críticas do PSD e do CDS-PP, que acusaram o Chega de ser "muleta" do PS no parlamento e de estar a formar-se uma "Cheringonça", André Ventura considerou tratar-se de "uma choradeira" destes dois partidos.

"O Governo devia chorar menos e governar mais, porque era assim que tínhamos evitado esta situação toda", defendeu.

Do lado dos partidos que apoiam o Governo, o primeiro vice-presidente do PSD pediu aos eleitores da classe média que deem no domingo “um cartão vermelho” ao Chega e, em especial, ao PS, dizendo que os líderes destes partidos “estão a tirar dinheiro à classe média”.

Num almoço-comício em Vilaverde, no distrito de Braga, Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, referiu-se ao “chumbo”, em sede de comissão parlamentar, da proposta de nova tabela de taxas dos escalões do IRS do PSD e CDS-PP, com votos contra de PS, PCP, BE e Livre, com a abstenção do Chega.

Em contrapartida, na Comissão de Orçamento e Finanças foi aprovada a proposta do PS sobre redução das taxas do IRS até ao 6.º escalão, mas, ao contrário do PSD e CDS, mantendo as taxas dos escalões seguintes.

“Pedro Nuno e Santos e André Ventura estão a tirar dinheiro à classe média, uniram-se para prejudicar a classe média”, acusou Rangel, dizendo que estes partidos consideram que pessoas que ganham 1.500 euros ou 2.000 euros são ricas e não precisam de alívio fiscal.

Fora dos temas domésticos e passando às propostas relacionadas com as eleições de domingo, o cabeça de lista do Livre, Francisco Paupério, defendeu, em Peniche, distrito de Leiria, a criação da figura de comissário europeu para os Oceanos, cargo para o qual pretende que seja nomeado um português, sublinhando que Portugal pode tornar-se central na política europeia de oceanos.

Coincidindo com o Dia Mundial do Ambiente, o Livre quis dedicar a campanha ao mar e aos oceanos, uma espécie de parente pobre nas políticas ambientais e de combate às alterações climáticas.

O oceano é um dos principais responsáveis pela captação de carbono e pela absorção do excesso de calor atmosférico, mas é também vítima das alterações climáticas. Por isso, Francisco Paupério defende um Pacto para os Oceanos na União Europeia.

E em Gondomar, distrito do Porto, João Oliveira considerou que a redução do preço do passe de transportes prova que é possível executar políticas contrariando as orientações da União Europeia, juntando a luta das populações e a força da coligação.

Num discurso no final de uma sessão sobre mobilidade em Gondomar, no distrito do Porto, João Oliveira recordou a sua “outra incarnação na Assembleia da República” - numa alusão aos tempos em que foi deputado e líder parlamentar do PCP, de 2005 a 2022 -, para salientar que, durante 20 anos, o partido procurou criar um passe intermodal que combinasse vários meios de transporte e reduzisse o preço.

Já em Setúbal, numa visita ao moinho de Maré da Mourisca, no estuário do Sado, o cabeça de lista do PAN, Pedro Fidalgo Marques, defendeu que uma das prioridades dos eurodeputados eleitos por Portugal deve ser a “conservação e o desbloqueamento da Lei do Restauro da Natureza no Conselho Europeu”.

A “número um” do RIR, Márcia Henriques, defendeu, antes de uma reunião no Gabinete do Parlamento Europeu, em Lisboa, que a UE deve isentar os portugueses do pagamento de IVA nos consumos domésticos de eletricidade.

Contudo, como alertou numa visita à feira de Famalicão, distrito no Braga, o cabeça de lista da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, os problemas sérios não se resolvem com “um estalar de dedos” e é por muitos partidos políticos fazerem crer que assim é que surgem eleitores zangados e desiludidos.