Um grupo de investigadores colocou 18 cães, de diferentes idades e raças, com auscultadores nas orelhas a ouvir trechos do famoso livro infantil "O Principezinho", de Antoine de Saint-Exupéry. O objetivo era tentar compreender como é que estes animais iriam reagir aos diferentes tipos de fala. A conclusão? Eles estão mais atentos ao que dizemos do que pensamos.

Ao ouvir a história, os cérebros dos canídeos conseguiram perceber a diferença entre fala e sons vocais que não são discurso, a 'não-fala', ao ouvir as vozes humanas. Assim como mostraram diferentes respostas ao ouvirem um idioma desconhecido.

Segundo um dos autores do estudo explicou ao Guardian, Dr. Attila Andics, da Eötvös Loránd University, na Hungria, as conclusões vão ao encontro de outras investigações já realizadas que mostram que os animais podem ter algumas capacidades humanas.

“As nossas capacidades de processar fala e línguas não são necessariamente únicas de todas as maneiras que gostamos de pensar que são”, disse.

Tal ficou evidente quando, no decorrer da experiência, estes cães ouviram não só trechos da história lidos por humanos, como ouviram uma versão editada, com palavras numa ordem diferente que não é natural. Os animais conseguiram distinguir estes dois tipos de discurso.

Os resultados da investigação foram publicados na revista científica NeuroImage e revelaram que os cérebros dos cães mostraram um padrão de atividade diferente no córtex auditivo primário para a fala em comparação com a 'não-fala', com resultados semelhantes, independentemente do idioma utilizado - húngaro ou espanhol - ser familiar. Curiosamente, quanto mais comprida era a cabeça do cão, melhor o cérebro conseguia distinguir a fala da 'não-fala'.

A equipa também descobriu que o padrão de atividade era mais forte para a 'não-fala'. “Nos humanos, normalmente vemos uma resposta mais forte à fala”, disse Andics ao Guardian.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.