O Dia Internacional dos Enfermeiros, “como o nome indica, devia ser um dia de celebração”, mas os “enfermeiros portugueses infelizmente estão confrontados com um agravamento das suas condições de trabalho, fruto da inoperância do Ministério da Saúde e do Governo, e, portanto, a única forma possível de celebrar esta data é o agendamento de iniciativas de luta”, disse à agência Lusa a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) Guadalupe Simões.
As iniciativas passam por greves em várias instituições, que já estão agendadas, e por plenários que irão decorrer em outros estabelecimentos de saúde e que, eventualmente, irão resultar na decisão de avançar para a greve, adiantou Guadalupe Simões.
As razões que levaram a esta luta “são claras”, segundo a sindicalista, que disse ter vindo o SEP “nos últimos anos a alertar para a necessidade da contratação de enfermeiros” e o Ministério da Saúde assumido “o compromisso, que está escrito e publicado, de que os enfermeiros passarão a fazer as 35 horas semanais a partir do dia 01 de julho”.
Esta data foi imposta pelo Governo na base de que seriam necessários seis meses para planificar a contratação de enfermeiros, mas “desde outubro até agora só foram contratados 150 enfermeiros para o conjunto dos hospitais em Portugal”, disse, rematando: “Não temos outra alternativa, o Governo empurra-nos para estas iniciativas de luta e para todas as outras que possamos vir a realizar a partir de agora”.
Segundo a sindicalistas, as greves resultam da “decisão dos enfermeiros” e da “necessidade de cada uma das instituições, porque o número de contratações não é igual para todos os hospitais e as realidades são completamente diferentes”.
Além das greves, estão agendadas concentrações que “permitirão também dar expressão pública” à “insatisfação dos enfermeiros” e dar a conhecer “os problemas com que são confrontados em cada uma das instituições”.
Para 17 de maio, está marcada uma greve e concentração no Hospital de São João, no Porto, no dia 22 de maio no Hospital Amadora-Sintra, no dia 24 no Centro Hospitalar Lisboa Norte, no dia 29 no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Centro — Rovisco Pais e no dia 30 na Unidade Local de saúde de Matosinhos.
Estão também marcadas greves em junho no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (dia 01 junho), no Hospital de Guimarães (5, 6 e 7 de junho) e na Unidade Local de saúde do Alto Minho (29, 30 e 31 junho).
Na última semana de junho decorrerá uma “ação nacional de luta” pela “admissão de enfermeiros, justo descongelamento das progressões a todos os enfermeiros, suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas”, refere o SEP em comunicado
Para a primeira semana de julho, está marcada uma “ação de luta nas parcerias público-privadas (PPP)” pela “harmonização de direitos e condições de trabalho, nomeadamente salários e 35 horas semanais.
Além dos protestos do SEP, os enfermeiros vão manifestar-se no dia 19 Junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, numa concentração convocada pelo Movimento Nacional de Enfermeiros e apoiada por sindicatos e Ordem.
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