“A minha expectativa é que até ao final de junho tenhamos acertado as formalidades e espero que possamos começar a formação e (…) provavelmente será um esforço que levará até seis meses antes de termos as infraestruturas prontas e os F-16 poderem voar na Ucrânia”, disse o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen.
Falando a jornalistas dinamarqueses antes de uma reunião de ministros europeus em Bruxelas, Poulsen confessou que não acredita que a discussão sobre doação de caças F-16 ao regime de Kiev comece antes do fim do verão.
“Na minha opinião, não será até ao outono que discutiremos uma eventual doação dos F-16. Também devemos acompanhar de perto a situação na Ucrânia e ver o que é necessário”, afirmou.
Poulsen defendeu a necessidade de dividir o debate em duas partes distintas – formação de pilotos e doação de caças – e mostrou confiança na possibilidade de outros países participarem.
“Holanda, Bélgica, Dinamarca e Reino Unido estão prontos para fazer uma colaboração formal nesta formação. Esperamos que mais países se juntem a este grupo”, declarou.
Na sexta-feira, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, a quem “informou da disponibilidade para contribuir para a formação de pilotos e técnicos de aeronaves F-16”.
Na segunda, o ministro dos Negócios Estrangeiros confirmou que Portugal está disponível para dar formação a pilotos ucranianos, afirmando porém que para já não há disponibilidade para enviar aeronaves.
“Portugal está aberto a essa possibilidade. Nós temos pilotos e formadores muito bons, e estão disponíveis para trabalhar com colegas de outros países que têm também F-16 para dar formação a pilotos ucranianos”, disse João Gomes Cravinho, à saída de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), em Bruxelas.
O Presidente dos Estados Unidos expressou aos líderes do G7 no final da semana passada o seu “apoio a uma iniciativa conjunta para formar pilotos ucranianos para aviões de combate de quarta geração, incluindo F-16”, segundo um alto responsável da Casa Branca.
“Enquanto a formação decorrer, nos próximos meses, a nossa coligação de países participantes nesta iniciativa decidirá quando fornecer aviões, quantos, e quem os fornecerá”, acrescentou, dando o sinal mais favorável até hoje da parte dos Estados Unidos ao envio destes aparelhos insistentemente pedidos por Kiev.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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