Em resposta ao SAPO24 sobre a medição das temperaturas em espaços, nomeadamente nas escolas, Graça Freiras indicou que, com exceção dos aeroportos, não há "recomendação específica".

"Ela é feita nos aeroportos e é feita com determinados critérios e com determinados tipos de equipamento", disse a diretora-geral da Saúde, indicando que "é aí que ela está recomendada".

"Para a restante população não temos nenhuma recomendação específica, a não ser a auto-monotorização da sua temperatura antes de se deslocarem para as escolas ou para o trabalho", acrescentou.

"As instituições que entenderem aplicar esse método (a medição de temperatura), deverão, obviamente, pedir autorização para que lhe seja medida — e deverão manter o sigilo e o recato necessária para que não vejam divulgados o valor em público", terminou.

Os principais temas da conferência:

  • Há 285 surtos ativos no país: 129 na região Norte, 27 na região Centro, 90 em Lisboa e Vale do Tejo, 15 no Alentejo e 24 no Algarve;
  • A taxa de incidência de infeção em Portugal a sete dias é de 47 novos casos por cada 100 mil habitantes e a de 14 dias é de 86,8 casos por 100 mil habitantes;
  • RT atualizado para 1,11. O Instituto Nacional Ricardo Jorge atualizou o valor médio do Risco Efetivo de Transmissibilidade (RT), no período de 14 a 18 de setembro para 1,11;

  • Relativamente ao reforço de profissionais de saúde no Sistema Nacional de Saúde (SNS), a ministra informou que, desde o dia 31 de dezembro de 2019, o SNS contratou mais 5.216 profissionais de saúde — destes 4.406 contratados para reforçar o combate à Covid-19. Do número total de profissionais, 1.527 são enfermeiros, 1.784 são assistentes operacionais e 445 são técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica;
  • Ainda sobre o SNS. Para dar “uma noção” da utilização neste momento dos serviços de saúde, Marta Temido recordou que o dia em que houve mais doentes internados na primeira fase da pandemia foi no início de abril, com cerca de 1.300 doentes internados e 270 em unidades de cuidados intensivos;
  • Sobre a montagem de tendas de campanha em alguns hospitais no país, nomeadamente no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, a ministra da Saúde disse que as instalações não são hospitais de campanha, mas sim "trabalhos naquele perímetro hospitalar no sentido de alargar a capacidade de resposta";
  • A utilização de testes rápidos de detenção de Covid-19 será definida no final da semana por um conjunto de peritos. “Temos um painel de peritos a trabalhar desde o início da semana no assunto e até ao final da semana teremos uma definição das circunstâncias em que estes testes poderão ser utilizados, estando sobretudo em causa o contexto da sua utilização”, afirmou Marta Temido;
  • A ministra reforçou que os testes rápidos de antigénio ainda não estão recomendados em Portugal para diagnóstico de casos de infeção pelo vírus SarCov-2 e que a grande preocupação é a sua segurança e a fiabilidade dos resultados, recordando que as opções técnicas destes testes são muito recentes. “Estes testes não eliminam a hipótese de ocorrência de falsos negativos, são testes que podem ter baixa sensibilidade em indivíduos assintomáticos ou com uma carga viral baixa”, afirmou Marta Temido, sublinhando que a maioria dos países europeus ainda não os utiliza como testes de diagnóstico;
  • Sobre a realização do 13 de Outubro, em Fátima, Graça Freitas informou que foi apresentado pelo Santuário um plano que está a ser apreciado pela DGS. Será publicado, em breve, um parecer. "Os trabalhos estão em curso, está agora em fase técnica", disse;
  • Questionada sobre a saída da secretária de Estado da Saúde, Jamila Madeira, Marta Temido foi sucinta na resposta. "Estas alterações fazem parte da vida das equipas e das dinâmicas dos governos", declarou;

Portugal contabiliza hoje três mortos relacionados com a covid-19 e 802 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).